BOMBA: Colega diz que terrorista de Brasília queria participar de guerra

Em áudios de WhatsApp encaminhados para grupo de bolsonaristas, colega de George Sousa diz que o autor da tentativa de atentado “não é petista infiltrado”

BOMBA: Colega diz que terrorista de Brasília queria participar de guerra

Foto: Divulgação

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Um homem que afirma conhecer George Washington de Oliveira Sousa, autor da tentativa de atentado à bomba no Aeroporto Internacional de Brasília, declarou que o colega viajou para a capital federal “preparado para a guerra”.
 
Em áudios de WhatsApp enviados a um grupo de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), obtidos pelo Metrópoles, o conhecido afirmou que George é bolsonarista e “não é petista infiltrado” e frequentava o acampamento em frente ao Quartel-General (QG) do Exército, em Brasília.
 
O homem confirmou, também, que o empresário reside em Xinguara, no Pará, onde tem um posto de combustíveis. “Ele foi [para Brasília] preparado para a guerra. Se alguém viesse invadir, ele ia meter a bala, que ele é o bichão. Ele é doidão”, disse.
 
Em seguida, emendou: “Eu conheço ele, conheço o filho dele. Esse monte de arma aí, ele levou para defender nós. É um homem, homem direito, gente boa”.
 
 
O colega de George Sousa ainda afirmou: “Se entrou no movimento patriótico para causar o terror, tem que ter disposição para entrar na porrada. Se vocês encontrarem alguém que achem ser infiltrado, não fica denunciando o cara, não. Procura nas redes sociais, porque vocês vão saber quem é a pessoa. Mas a gente está de olho”, alertou o bolsonarista.
 
No acampamento em Brasília, neste domingo (25), um palco foi improvisado para um dos apoiadores do quase ex-presidente discursar para motivar os demais golpístas.
 
“Temos de resistir aqui o quanto der. Se não fosse para estarmos aqui, tenho certeza de que Bolsonaro viria, falaria para irmos embora e que não tinha mais o que pudesse ser feito”, disse.
 
Relembre o caso
 
O empresário paraense George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) na noite de sábado (24). Ele é suspeito de ter fabricado a bomba desativada pela Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) horas antes. O artefato explosivo foi colocado em um caminhão-tanque nos arredores do aeroporto da capital federal.
 
Apoiador radical do ainda presidente Jair Bolsonaro (PL), o homem viajou do Pará para participar de atos no acampamento localizado no Quartel General (QG) de Brasília. Ele foi localizado em um apartamento no setor Sudoeste, localizado no plano piloto. A ocorrência está sendo investigada pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) e a prisão do homem foi realizada pela 10ª DP (Lago Sul). 
 
Ele contou como conseguiu o material para fabricar o artefato. "Eu disse aos manifestantes que tinha a dinamite, mas precisava da espoleta e do detonador para fabricar a bomba", relatou. Em seguida, disse que na sexta (23), por volta das 11h30, um manifestante desconhecido que estava acampado no QG entregou a ele um controle remoto e quatro acionadores, possibilitando a fabricação artesanal do explosivo de forma que pudesse ser acionado a uma distância entre 50 e 60 metros.
 
Sousa disse que entregou a bomba a uma pessoa chamada Alan, orientando que fosse instalada em um poste para a interrupção do fornecimento de eletricidade. De acordo com seu depoimento, o terrorista que fabricou a bomba não teria concordado com a ideia de explodi-la no estacionamento do aeroporto.
 
O próprio motorista do caminhão foi quem encontrou o artefato que, segundo a polícia, só não explodiu por uma falha técnica na operação do detonador. O trabalhador, então, acionou a Polícia Militar, que mobilizou o esquadrão antibombas. O corpo de bombeiros também contribuiu com a ação. 
 
O terrorista disse, ainda, que conversou com PMs na data dos primeiros ataques terroristas à capital federal, em 12 de outubro, e que avaliou que os agentes da segurança pública estavam ao lado de Bolsonaro. Ele acreditava que em breve seria decretada uma "intervenção" das Forças Armadas. "Porém, ultrapassado quase um mês, nada aconteceu e então eu resolvi elaborar um plano com os manifestantes do QG do Exército para provocar a intervenção das Forças Armadas e a decretação de estado de sítio para impedir a instauração do comunismo no Brasil", disse o empresário.
 
A ideia original, entretanto, era um pouco diferente. “Uma mulher desconhecida sugeriu aos manifestantes do QG que fosse instalada uma bomba na subestação de energia em Taguatinga (região administrativa do Distrito Federal) para provocar a falta de eletricidade e dar início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio”, disse George no depoimento.
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