DEMANDA: Pandemia do coronavírus derruba o transporte de carga pelo país

Na semana entre 11 e 17 de maio, retração foi nada menos que 41,23%

DEMANDA: Pandemia do coronavírus derruba o transporte de carga pelo país

Foto: Divulgação

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CORREIO BRAZILIENSE - A pandemia do novo coronavírus derrubou a demanda por transporte de carga em nada menos que 41,23%. Foi o que apontou pesquisa da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) no nono período de apuração, que compreende a semana de 11 a 17 de maio. Na carga fracionada, a redução foi de 39,95% e houve recuo de 41,99% na de lotação. O pior setor na fracionada foi o de shoppings centers, com retração de 68,10%. Na lotação, o segmento de lojas de rua apresentou a maior queda de demanda — 57,70%.

 
O levantamento começou na semana de 11 de março e apresentou a maior retração, de 45,2%, entre os dias 13 a 19 de abril, quando as medidas de isolamento eram mais rígidas. De lá para cá, caíram para 44%, depois para 41,4%, na semana de 27 de abril a 3 de maio, e 40,5% entre 4 e 10 de maio. Agora, a demanda voltou a cair com mais força, e retomou o patamar de 41,23%.
 
 
As más notícias no setor de transportes de cargas, porém, não terminam aí: o Brasil teve 18.382 roubos de cargas em 2019, conforme divulgou, ontem, a estatística nacional de ocorrências e roubos de carga realizada pela NTC&Logística. O dado positivo do relatório, que tem como base informações colhidas em fontes formais e informais, é que esse resultado mostrou uma queda de 17% em relação ao ano anterior, quando os delitos somaram 22.183 casos.
 
Prejuízo
 
 
Os prejuízos para o setor, no entanto, continuam altos. No ano passado, as perdas foram de R$ 1,4 bilhão. Segundo o presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio, “a pesquisa aponta considerável redução”. “Mas estamos falando de milhares de roubos em todo o Brasil e precisamos continuar trabalhando para que esses crimes não aconteçam mais”, disse.
 
Pelucio comentou que a redução tem muito a ver com o investimento alto das empresas em tecnologias e medidas de segurança nas operações, além do trabalho dos órgãos de segurança pública nas esferas estaduais e federais, que têm atuado com mais rigor no combate aos delitos de carga. “Os números ainda são inaceitáveis. Os roubos ocorrem porque os receptadores, que compram as cargas roubadas e incentivam o crime, estão impunes, por conta de uma legislação arcaica”, criticou.
 
“É preciso agravar as penalidades para o delito, tanto a pena para a pessoa do receptador, quanto para o seu estabelecimento, que deverá ter a licença de funcionamento cassada”, comentou o vice-presidente para Assuntos de Segurança da NTC&Logística, Roberto Mira. Segundo o levantamento, a região Sudeste continua sendo a mais afetada, com 84,26% das ocorrências. Em seguida, aparece a Sul, com 6,52%; a Nordeste, com 6,29%; a Centro-oeste, 1,69%; e a Norte, com 1,24%. 
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