Apesar de derrota nas urnas PSDB sai fortalecido de eleições
Foto: Divulgação
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A candidata do PT Dilma Rousseff foi reeleitapresidente da República neste domingo (26) para um mandato de mais quatro anos. Apesar da derrota na corrida presidencial, o PSDB, de Aécio Neves, sai fortalecido da disputa e deve fazer oposição mais forte ao segundo mandato da petista.
O partido foi um dos que mais cresceram na Câmara dos Deputados nestas eleições. A legenda iniciará a próxima legislatura com 54 representantes. A bancada atual é composta por 44 parlamentares. O crescimento foi de 22,7%.
No Senado, o PSDB perdeu duas cadeiras. Em 2015, serão dez senadores. A bancada atual é formada por 12 tucanos. Apesar disso, o professor de ciência política da UnB (Universidade de Brasília) David Fleischer explica que a legenda deve ser mais presente nos próximos quatro anos.
— Nós teremos, por exemplo, o Serra em 2015, que é um senador experiente e um político muito atuante. Ele no Senado realmente vai revigorar a oposição. E tem o Tasso Jereissati que também está voltando para o Senado. Isso reforça a bancada do PSDB na casa.
Oposição mais forte
Para Fleischer, caberá mais uma vez ao PSDB liderar a oposição. O partido deve se articular para conseguir apoio de partidos da base de Dilma insatisfeitos com o atual governo, como por exemplo parte do PMDB e do PR. Antes de o PT confirmar a candidatura de Dilma, em maio deste ano, deputados do PR lançaram o coro "Volta, Lula" e chegaram a divulgar um manifesto de apoio ao retorno do ex-presidente.
Em setembro de 2013, o PSB, aliado histórico do PT, deixou o governo e apoiou a candidatura de Aécio Neves ao Planalto. O PMDB também mostrou sinais de que a aliança com o governo pode estar perto do fim. Durante a convenção nacional do partido, antes das eleições, grande parte da legenda defendeu a ruptura com o PT.
Fleischer cita ainda a relação do líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, com o vice-presidente Michel Temer. Segundo Fleischer, Cunha pode liderar dissidentes do partido em favor próprio e acelerar o desgaste da relação PMDB-PT.
— Tudo indica que Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara, quer ser o presidente da Câmara e com o apoio do PSDB e dos outros partidos talvez ele consiga se eleger, apesar de o PT ter maior bancada da Câmara.
Liderança no Senado
Para o cientista político Alexandre Gouveia, Aécio Neves se tornou mais conhecido após a campanha presidencial e ganhou mais destaque no cenário nacional. Gouveia acredita que o ex-governador de Minas Gerais fará críticas mais duras ao governo de Dilma no Senado por ter ganhado mais confiança.
— Essa eleição coloca o PSDB como um grande ator, assim como foi em eleições passadas, mas essa foi mais acirrada. Eu acho que a presença de ex-presidenciáveis no Senado, até pelo próprio papel do Senado de fiscalizar o Executivo, trará mais força à oposição.
De acordo com Gouveia, a proposta de Dilma Rousseff de promover a reforma política será uma queda de braço com o Congresso Nacional e deve se tornar um dos principais desafios no segundo mandato da petista. Gouveia também avalia que a saída de nomes de peso do PT no Congresso, como o de Eduardo Suplicy, abre espaço para a atuação tucana no parlamento.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!