O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou em entrevista coletiva no início da noite desta quarta-feira (19) que o preço das passagens de ônibus na cidade será revogado. Desde o dia 1º de junho, a passagem de ônibus no Rio havia aumentado de R$ 2,75 para R$ 2,95, causando uma série de protestos pela cidade. Segundo Paes, o impacto no orçamento será de R$ 200 milhões ao ano.
"São R$ 200 milhões que têm que ser arcados pelo poder público. Arcar com esses recursos significa, sim, a escolha de prioridades. Serão R$ 200 milhões a menos investidos em outras áreas", afirmou o prefeito do Rio.
Programados via redes sociais, os protestos que tomaram o Brasil na última segunda-feira (17) surpreenderam pelo tamanho e, em alguns locais, pela violência, caso do Rio de Janeiro, onde cem mil pessoas tomaram o centro da cidade e ao menos 31 ficaram feridas; dois manifestantes seguem internados devido a ferimentos causados por armas de fogo atribuídos à polícia.
Imagens mostram ainda policiais militares atirando para cima com fuzis. Em entrevista coletiva na terça, o coronel Frederico Caldas, porta-voz da Polícia Militar do Rio de Janeiro, afirmou que as imagens de policiais atirando para o alto com fuzis e revólveres durante o protesto demonstram que não havia "objetivo de atingir quem quer que seja". Segundo ele, apenas a perícia da Polícia Civil determinará se algum dos feridos por arma de fogo foi atingido por algum policial.
Mais protestos
Uma nova manifestação está marcada para a tarde de quinta-feira (20), no centro do Rio. O protesto desta segunda-feira acabou em conflito com a polícia depois que um grupo tentou invadir a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
Durante a tentativa de invasão, um coquetel molotov foi lançado em direção ao edifício e atingiu a porta da Alerj. Policiais militares utilizaram balas de borracha, bombas de gás e spray de pimenta na tentativa de dispersar os manifestantes, mas acabaram entrando no prédio, onde passaram algumas horas como reféns. Por volta das 23h15, a Tropa de Choque retomou a Alerj e resgatou funcionários da Assembleia e cerca de 70 PMs, entre eles 20 feridos.
O presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PDMB), estimou que o prejuízo causado na sede do Legislativo fluminense foi entre R$ 1,5 a R$ 2 milhões. Segundo Melo, 30% dos vidros franceses da parte de trás do prédio e várias vidraças dentro do Palácio Tiradentes foram quebradas pelos manifestantes. O mobiliário no salão nobre da casa também foi danificado. Além do prédio da Alerj, também ocorreram atos de vandalismo no Paço Imperial e na Igreja de São José, que ficam no entorno.