Uma operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta segunda-feira (26) prendeu 33 pessoas e cumpriu 87 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Goiás, Distrito Federal, Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro. Batizada de Operação Durkheim, a ação desarticulou duas organizações criminosas, uma especializada na venda de informações sigilosas e outra na prática de crimes contra o sistema financeiro nacional.
Cerca de 400 policiais federais participam da operação e cumpriram 33 mandados de prisão, 34 mandados de coerção coercitiva (quando a pessoa é trazida para prestar depoimento e depois liberada) e 87 mandados de busca e apreensão nos cinco Estados e no DF --67 pessoas serão indiciadas.
Os investigados responderão pelos crimes de divulgação de segredo, corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, realizar interceptação telefônica clandestina, quebra de sigilo bancário, formação de quadrilha, realização de atividade de câmbio sem autorização do Banco Central do Brasil, evasão de divisa e lavagem de dinheiro, e podem pegar até 12 anos de prisão.
De acordo com nota oficial, a PF abriu inquérito em 2009 após o suicídio de um policial federal em Campinas (a 93 km de São Paulo), que apontou a possível utilização de informações de operações policiais para extorquir políticos, suspeitos de envolvimento em fraudes em licitações.
Então foram identificadas as duas organizações criminosas, que atuavam em paralelo e de modo independente. Ainda de acordo com a nota, uma delas formava uma grande rede de espionagem, composta por vendedores de informações que se apresentam como detetives particulares. Esses detetives conseguiam as informações com funcionários de empresas de telefonia, bancos e servidores públicos que tinham acesso a bancos de dados sigilosos.
A outra organização tinha como atividade principal a remessa de dinheiro ao exterior por meio de atividades de câmbio sem autorização do Banco Central.
Dentre as vítimas há políticos, desembargadores, uma emissora de televisão e um banco.
A operação foi batizada de Durkheim em referência ao intelectual francês de mesmo nome, que é um dos fundadores da sociologia e que escreveu o livro "O Suicídio". A obra de Durkheim remete aos fatos que deram início à operação.