Brasil, um país de tolos – Por Danny Bueno

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Foto: Divulgação

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Os programas do governo federal que são tão festejados pelas ostes de seguidores que acompanham o cordão dos puxa sacos deste governo, vai ficar na história como o maior "fábrica de votos" já idealizada por um governo republicano, basta dizer que, enquanto os milhões de brasileiros "benefeciados" com o valor simbólico acham que o presidente Lula trouxe uma nova forma de ajuda, na verdade, estão sendo mais sacrificados do que nunca.
Na realidade o nome certo deveria ser "Bolsa Imposto", pois na prática, apesar de recebrem seu ricos noventa reais por mês, estão sendo lesados em 33% do que recebem para pagar os tributos que nem sonham existirem, pois essa parte da história fica fora das grandes peças publicitárias exibidas nas redes de televisão e rádio que atingem diretamente esse público alvo.
 
A exorbitante e pesadíssima carga tributária brasileira, uma das piores do mundo, incide muito mais sobre a população pobre do que sobre os mais bem posicionados na cadeia social.
 
Os brasileiros com renda de até dois salários mínimos mensais precisaram trabalhar 197 dias no ano passado para pagar seus impostos.
 
Quem recebeu mais de 30 salários mínimos também contribuiu forte, mas precisou de 106 dias para honrar os compromissos com tributos. No fim das contas, quase a metade do que os pobres pagaram.
 
No entanto, a propaganda que chega aos pobres é que eles estão sendo socorridos pelos governos. Jamais se dirá na TV ou em comícios que os políticos estão "garfando" dinheiro dos pobres e o entregando aos trens da alegria, às múltiplas atividades que enriquecem as empreiteiras, prestadores de serviços terceirizados à administração, mesmo que não se toque em corrupção, fraudes e mau uso do erário.
 
Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), organismo do governo federal, os 10% mais pobres do País gastam 33% do que recebem para pagar tributos, enquanto os mais ricos destinam 23% da renda. Com base na carga tributária de 2008, o estudo mostra que esse desequilíbrio histórico da economia vem aumentando e está longe de ser resolvido.
 
De 2004 para 2008, o comprometimento da renda com o pagamento de tributos dos brasileiros aumentou mais para os pobres, crescendo a distância que separa dos brasileiros mais ricos. No ano passado, estima o Ipea, as famílias com renda de até dois salários mínimos comprometeram 53,9% de tudo que ganharam com o pagamento de impostos.
 
Em 2004, essas famílias gastavam 48,8%. Um salto de quase cinco pontos percentuais em apenas quatro anos Já para as famílias mais ricas, o peso dos tributos sobre a renda cresceu menos: subiu no período de 26,3% para 29%. (Dados do IPEA).
 
Pois bem, agora me digam, apesar da inquestionável popularidade que o presidente Lula atingiu, superando todos os estadistas presidenciais anteriores juntos, a questão é não ter medo de perguntar: As custas de quantos miseráveis vale a pena manter um programa que engana muito mais o povo do que ajuda a livrá-los desse massacre?
 
Enquanto isso, os votos não param de cair nas urnas e povo continua sem a tão aguardada redenção de seus flagelos.
 
Nesse ano de eleições, as mentes dos brasileiros serão novamente com centenas de fotos e depoimentos de "vidas transformadas", mas assim como nas novelas o que assistimos é apenas uma pequena fração fictícia da verdadeira realidade que o país atravessa.
 
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