*Plácido de Castro aparece numa lista enviada pela Controladoria-Geral da União (CGU) à CPMI dos Sanguessugas no Congresso Nacional. A CPMI investiga a participação de parlamentares num esquema fraudulento de aquisição de ambulâncias. Além de Plácido, o órgão encontrou irregularidades na aquisição dos veículos em mais 118 cidades de vários estados.
*O encaminhamento atendeu ao pedido do presidente da CPMI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), e do relator, senador Amir Lando (PMDB-RO), que estiveram nesta semana com o ministro da CGU, Jorge Hage.
*Na ocasião, o ministro Hage garantiu aos deputados que a CGU terá todo empenho para colaborar com os trabalhos da CPMI, do mesmo modo como fez com a CPMI dos Correios, pois esta é a orientação do atual governo.
*Os 119 relatórios (fascículos do Ministério da Saúde) dos municípios fiscalizados a partir de sorteios públicos ao longo dos últimos três anos estão organizados em dois volumes. O primeiro, com 77 municípios, contém as situações onde se verificou, desde o início, a ocorrência de irregularidades na aquisição das unidades móveis de saúde.
*Plácido de Castro aparece numa segunda lista com 42 municípios. Nesses, a análise técnica ainda está em andamento, mas, mesmo assim, a CGU já detectou a presença das empresas envolvidas na denominada máfia das sanguessugas.
*A relação de 119 municípios enviada hoje à CPMI atualiza a lista divulgada anteriormente pela CGU, que totalizava até então 74 municípios. A assessoria de imprensa do órgão ressaltou ontem, no entanto, que o levantamento não indica que haveria envolvimento em todos os casos com o mesmo esquema fraudulento de compra de ambulâncias da Operação Sanguessuga.
*Mais cidades na mira
*Dentro de algumas semanas, a CGU enviará também à CPMI a análise de mais de três mil prestações de contas de convênios firmados entre municípios e o Ministério da Saúde para a aquisição de ambulâncias, tão logo o trabalho esteja concluído.
*Essas prestações de contas foram recolhidas pelos auditores da CGU em articulação com o Ministério da Saúde em todos os estados brasileiros.
*Além dos documentos enviados, a CGU também colocou à disposição da CPMI dois auditores que prestarão assessoramento aos trabalhos de investigação conforme solicitação do deputado Antônio Carlos Biscaia.
*Foi a partir das fiscalizações da CGU que a Polícia Federal deflagrou a Operação Sanguessuga em maio deste ano. A auditoria da CGU percebeu uma ação sistemática e o mesmo modus operandi na compra de unidades móveis de saúde para diversas prefeituras por parte de um grupo de empresas.
*No final de 2004, a CGU informou à Polícia Federal e ao Ministério da Saúde os indícios que apontavam para um esquema de proporção nacional.
*A partir de então, a CGU passou a monitorar esses acontecimentos e solicitou à Polícia Federal apoio para o desenvolvimento de um trabalho conjunto que pudesse desarticular o esquema. Desde então, os dois órgãos trabalharam em parceria nas investigações que culminaram com a Operação Sanguessuga.