A ópera-bufa do quinquênio - Por Valdemir Caldas

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 Maldita hora em que o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, resolveu enviar um Projeto de Lei Complementar à Câmara Municipal e o plenário, às pressas, acabou aprovando a extinção do quinquênio aos servidores do quadro de provimento efetivo. Desde então, o tucano perdeu a paz e, o que é pior, a confiança de parcela significativa da categoria, a qual ele prometeu, durante a campanha eleitoral, valorizá-la, mas o que se tem visto é exatamente o contrário.

Se o feitiço vira contra o feiticeiro, geralmente este busca encontrar culpados para suas próprias dificuldades. Altamente produtivo, no que se refere ao quinquênio, não se tem dúvida de que a administração municipal é a única responsável pela morte prematura do benefício. Por isso, agora colher o fruto amargo de sua péssima semeadura.

Sob o débil argumento de que a manutenção do quinquênio causaria um rombo de cem milhões de reais nas contas do município, nos próximos quatro anos, o prefeito, aconselhado por assessores, cuja visão da realidade municipal não vai além do próprio umbigo, achou melhor decretar o seu fim.

Os técnicos do governo precisavam encontrar um bode expiatório para tentar justificar os problemas de caixa da municipalidade. A decisão, como se vê ainda hoje, resultou numa crise político-administrativa, com aliados da base se rebelando contra o dirigente municipal.

Um vídeo, postado no jornal eletrônico o Observador, mostra o prefeito batendo boca com a vereadora Ellis Regina, durante reunião com servidores. Advinha sobre o quê? Acertou quem falou quinquênio. O vereador Junior Cavalcante, que, assim como a vereadora Ellis, é servidor de carreira do município e integra a base do prefeito, não esconde sua frustração diante do imbróglio.

Os últimos episódios e revelações recomendam que o Legislativo busque uma saída imediata para o problema, mostrando ao Executivo que a Câmara é parceria, menos, é claro, quando se tratar de retirar conquistas dos servidores.

A impressão que se tem da atual administração municipal é que o servidor deve pague sozinho por uma decisão atabalhoada de pessoas que já revelaram não conhecer o caminho por onde pisam, colocando por terra os compromissos assumidos durante a campanha eleitoral pelo candidato e, hoje, prefeito Hildon Chaves. Já passou da hora de a prefeitura acabar com essa ópera-bufa em que se transformou a retirada do quinquênio dos servidores.

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