A passagem do PT pelo comando do país foi marcada pelo maior escândalo de corrupção de que se tem registro na história da República. Foi um mar de lama, asseveram alguns. E a Petrobras (ou seria melhor dizer o povo), sua maior vítima, reforçam outros. A empresa que, em passado não muito distante, era motivo de orgulho nacional, está na UTI, arrastada que foi pela ganância e pela incompetência de administrações desastrosas.
No início, acreditava-se que tudo não passava do pagamento de pixulecos a pessoas que participavam do círculo mais íntimo do poder. Logo se descobriu que o mar de lama corria pelos gabinetes e escadarias do palácio, levando de roldão a biografia de líderes carismáticos e a história de um partido que foi forjado na luta contra o arbítrio e as injustiças sociais.A roubalheira na Petrobras reduziu o mensalão a uma gota d’água no oceano de bandalheiras contra pessoas que deveriam ter o mínimo de recato. Em vez disso, mergulharam de cabeça num torvelinho de denúncias, cuja imagem jamais conseguirá limpar ou prover a defesa perante os tribunais.
Hoje, o PT é um simulacro de partido. Logo deixará de existir. Entrará para a história como o protagonista de um enredo diabólico. O ex-presidente Lula, por sua vez, o maior expoente da era petista, não será poupado. A imagem dele, acariciando os fios do bigode, durante a despedida de Dilma, revela o momento extremamente difícil pelo qual está passando. O eleitorado que lhe deu dois mandatos, um mandato e meio à sua sucessora, e se preparava para torná-lo, de novo, presidente, virou-lhe às costas, pois fora traído e sacaneado em sua boa-fé.
É o fim da era petista. A essa altura do campeonato, não adianta querer jogar para a arquibancada, tantas são as denuncias que se repetem contra o ex-presidente, companheiros de partido e ocupantes dos mais altos escalões da República. A pesar de morrer negando que é inocente, não precisa ser observador exageradamente atento para verificar que o ex-presidente Lula nadou de braçadas no tsunami que arrasou as estruturas da Petrobras.