30 de abril Nascimento do Marechal Rondon - Por Lourismar Barroso

De acordo com documento extraído dos arquivos do Exército brasileiro – Fé de Ofício – esse documento registrou toda a história e trajetória do jovem militar que deu entrada na Academia da Praia Vermelha no Rio de Janeiro. As informações contidas nesse artigo, foram pesquisadas no Arquivo Histórico do Exército e na Bibliex da própria instituição que Rondon serviu por 48 anos, 11 meses e 11 dias.

 

 

O menino Cândido Mariano da Silva nasceu no dia 30 de abril de 1865 em Sesmaria do Morro Redondo, atual Mimoso em Mato Grosso e não, no dia 5 de maio, conforme noticiado em várias obras literárias. Filho de Cândido Mariano da Silva, descendente de Bororo e Claudina Evangelista da Silva, descendente de Terena.
 
 
Quando estava na barriga de sua mãe com 7 meses de gestação, seu pai Cândido Mariano chamou seu irmão Manoel Rodrigues da Silva e pediu:
 
 
“Mano, sinto-me muito doente. Penso no primeiro filho que vou ter. posso morrer antes que ele nasça. Meu irmão, se isso acontecer, e se o filho esperado for um menino, não o deixe no Mimoso. Mande-o buscar, a fim de salvá-lo da triste ignorância em que jazem os filhos dos mimoseanos. Aqui, em Mimoso, será ele um vaqueiro ignorante, na cidade, poderá se preparar para servir melhor nossa Terra”.
 
 
Rondon perdeu seu pai vítima da varíola em 1864. Antes de completar 2 anos e meio, perdeu sua mãe em 1867 vítima da catapora.
 
 
Sem fugir do compromisso feito em vida, seu tio Manoel Rodrigues foi buscar o menino Cândido quando atingiu a idade de 7 anos, vindo a morar em Cuiabá e realizar o sonho de seu pai. Seu avô relutou para que o menino não saísse de Mimoso, dizendo que havia muitos bois no campo para ser criado, mas diante da promessa do tio Manoel de que ao completar seus estudos, retornaria para Mimoso.
 
 
No ano de 1873 foi morar com seu tio Manoel Rodrigues da Silva em Cuiabá, um Ex-capitão da Guarda Nacional que lutou na Guerra do Paraguai e que tinha acabado de ficar viúvo fazia 2 anos.
 
 
Ao chegar em Cuiabá, as escolas públicas estavam fechadas para as matriculas, e para não perder tempo, seu tio o matriculou na escola particular do mestre Cruz. 
 
 
 
 
Já no ano seguinte, foi matriculado na escola pública do professor João Batista de Albuquerque, uma vez que seu tio não tinha condições de manter em escola particular. Depois da escola do professor João, o menino Cândido foi estudar com o professor Francisco Ribeiro da Costa, mestre Chico, na qual completou o curso primário em 1878. 
 
 
 
 
 
 
Em 1879, o menino Cândido foi matriculado na Escola Normal, que no ano seguinte se tornou Liceu Cuiabano, completando com distinção o curso normal em novembro de 1881, aos 16 anos se tornava professor primário.
 
 
Em Cuiabá, o menino Cândido tinha contato com filhos de trabalhadores que frequentava a escola. Quando não estava agarrado lendo seus livros, ajudava o tio na venda da roça.
 
 
 
 
Sem conhecer o sonho de seu pai, o menino Cândido se inspirou no sonho de seus colegas, em sentar praça no Rio de Janeiro.
 
 
Ao procurar o tio para conversar sobre a possibilidade de ir estudar no Rio de Janeiro, logo ouvir do mesmo: “Como poderei te sustentar lá! Procurei satisfazer nesse teu anseio de aprender, de progredir, mas mandar você para o Rio de Janeiro não é possível, não tenho recurso para lhe manter lá!”
 
 
Rondon educadamente respondeu ao tio que não estava lhe pedindo recurso, e sim o seu consentimento. Quanto aos meios para estudar no Rio, há muito tempo vinha fazendo suas economias e que já tinha encontrado a solução.
 
 
A ideia de Rondon era que depois de terminar a Escola Normal, iria sentar praça, visando à Escola Militar no Rio. Nem mesmo o menino Cândido saberia o que era ser soldado.
 
 
O tio Manoel sugeriu ao menino Cândido que o adotaria como filho, assim na qualidade de filho de um capitão da Guarda Nacional, começaria a carreira de cadete e não como soldado, dando-lhe a carta de recomendação.
 
 
Sabendo do plano do tio, o menino Cândido retrucou lhe dizendo: “Fico muito agradecido pela sua ideia, mas não posso aceitar que me adote, pois, pai só posso ter um, é o senhor meu tio, um tio que muito prezo e a quem muito estimo. Nunca poderá ser meu pai”.
 
 
Se não pudesse caminhar sozinho, o menino Cândido renunciaria seus projetos e viraria vaqueiro, e olha que seria um dos bons.
 
 
Existia na região de Cuiabá um outro Manoel Rodrigues da Silva, que vivia fazendo falcatrua e andava sendo noticiados pelos jornais. Resolveu então acrescentar ao seu nome o apelido de sua mãe RONDON, e passou a assinar como Manoel Rodrigues da Silva Rondon. 
 
 
Ao se formar na academia militar, o jovem Cândido Mariano adotou o nome de RONDON em homenagem ao tio que quisera ser seu pai. Ficando Cândido Mariano da Silva Rondon.
 
 
 
Autor: Lourismar Barroso.1. ed. - Porto Velho: Editora Priint, 2021.
 
 
 
 
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