O debate democrático implica ouvir, respeitar e conhecer os argumentos de quem pensa diferente. O hábito deselegante de ofender quem possui visões discordantes do pensamento dominante faz mais mal ao ofensor que ao ofendido, pois o ato de ofender vem da falta de argumentos qualificados.
O empresário Denis Minev, chefe da rede Bemol, gostaria de tirar de foco a bioeconomia, argumentando que a Amazônia não precisa se restringir a ela. Aliás, isso não se discute. Prossegue: “Precisamos de ciência e tecnologia, de desenvolver cérebros na região”, disse à imprensa. “Eu tiraria o bio da frente. Vamos falar de economia e como os povos se desenvolvem”.
Mas não é preciso tirar o bio da frente. Não existe o cenário em que, de repente, a bioeconomia aparece e substitui a economia como Denis Minev a vê, até porque ele mesmo é um destacado apoiador de iniciativas bioeconômicas. Ela é uma parte da economia – e não há como a parte substituir o todo.
Vindo do desenvolvimento dos cérebros dedicados à ciência e à tecnologia, nem por ser inovadora, demolindo superadas ou más práticas, significa eliminar a economia geral, vítima dos crimes que se desenrolam pelas más práticas, casos de polícia e justiça. Ela é apenas um dos vários caminhos que levarão a Amazônia a vencer os desafios e obstáculos que teimam em permanecer, apesar da abundância de velhas leis e regulamentos.
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As dobradinhas
As dobradinhas políticas começam a se formar para as eleições de 2026. Em Porto Velho, por exemplo, o governador Marcos Rocha (União Brasil), possível postulante ao Senado deve formar dobradinha com sua esposa Luana Rocha para a Câmara dos Deputados. Já percorrem o estado juntinhos, em transferência de imagem, lembrando o ex-governador Valdir Raupp e sua esposa Marinha que cumpriu vários mandatos a federal em Brasília. Saindo na peleja ao Senado, também o prefeito Hildon Chaves (PSDB) terá sua esposa Ieda Chaves na disputa de uma cadeira a Câmara dos Deputados.
Familiares
Ainda na constituição de dobradinhas familiares temos o caso do prefeito de Cacoal Adailton Fúria (PSD), preparando sua esposa para disputar uma das oito vagas a Câmara Federal. Ela teve uma votação excepcional no pleito passado, raspando a trave. Em Ariquemes, o ex-senador Ernandes Amorim se volta na peleja de uma cadeira a Câmara dos Depurados trazendo consigo sua filha Daniela Amorim para uma cadeira a Assembleia Legislativa. Chama atenção também a dobradinha do Cone Sul, com Natan Donadon a federal e Rosangela Donadon, buscando a reeleição na Assembleia Legislativa. Na mesma região Ezequiel Neiva sai a reeleição a ALE e o filho Wiveslando a federal.
Grande legado
Não se discute de que o atual prefeito Hildon Chaves (PSDB) teve uma administração marcante em Porto Velho e deixará um grande legado para seu sucessor. Mas também deixará grandes abacaxis para a atual gestão descascar, com sérios problemas de abastecimento de água e coleta de esgoto, as eternas alagações que vão precisar de esforços conjuntos com as esferas estaduais e federais. O setor de saúde deixou muito a desejar e influenciou muito na derrota da candidata chapa branca Mariana Carvalho. E a aceitação popular de Hildão, que acreditava cravar 80 por cento de popularidade, em disputas eleitorais, se verá mais adiante, que não passará dos 50, 60 por cento nos pleitos que participar.
Bem animado
O ex-senador e ex-ministro da Previdência Amir Lando (MDB) voltou a se entusiasmar com a política e a boa aceitação para seu nome na disputa de uma cadeira à Câmara dos Deputados em 2026 deixou o ex-barbicha de bode (a assim que adversários o taxavam nas décadas passadas) bem motivado. Já tem corrido o estado visitando antigos redutos, buscando acordos com candidatos Assembleia Legislativa em Porto Velho e Vilhena, seus redutos mais tradicionais na política rondoniense. É um dos bons nomes da velha guarda voltando as lides políticas. Se vai se eleger são outros quinhentos.
Na recuperação
O senador Confúcio Moura (MDB) foi convencido pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva na recuperação da economia, emprego e renda nos próximos dois anos, o que poderá ser importante no seu projeto de reeleição ou até mesmo na disputa do governo do estado. El Carecon tem seu prestigio um tanto abalado no estado, principalmente com grileiros, fazendeiros, garimpeiros e desmatadores dos parques nacionais e reservas indígenas, além dos expoentes do agronegócio que são bolsonaristas empedernidos. Se disputar cargos em 2026 deve se preparar para mais uma nova onda conservadora em Rondônia.
O voo do predador
Se propala nos meios políticos a aspiração do deputado federal Lucio Mosquini (MDB-RO) em disputar o governo estadual nas eleições de 2026. Com grande votação na eleição passada na sua reeleição, ele está se assanhando para entrar nesta peleja projetando mudança de partido na próxima janela partidária e já iniciando composições visando reforçar suas paliçadas nesta jornada. Os redutos mais importantes de Mosquini são na região de Jaru e Ouro Preto do Oeste, mas no último pleito obteve boa votação no Vale do Jamari, região central e no Vale do Guaporé.
Via Direta
*** Com os preços dos hortigranjeiros as alturas se justifica a nova administração de Porto Velho fomentar o cinturão verde na região metropolitana como forma de melhorar e baratear o custo dos legumes e das hortaliças, dos ovos e frutas nestas bandas *** Os valores nos supermercados de frutas oriundas das Ceasas do Sul do País estão salgadas demais e a chiadeira dos consumidores é enorme *** A Assembleia Legislativa se preparando para o recesso, limpando a pauta e o atual presidente Marcelo Cruz deixando um bom legado para seu sucessor Alex Redano, que assumirá a presidência da Casa de Leis no ano que vem.