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No foto o empresário Ceará Miséria, concedendo entrevista no Papo News da Record, totalmente lúcido contando sua história de vida.
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O vereador eleito Ediwilson Negreiros (PR-Porto Velho), para tentar escapar da cassação do registro de sua candidatura, resolveu usar um artifício já conhecido da justiça – alegou que seu pai , o empresário cearense José Edílson Negreiros, o “Ceará Miséria”, possui problemas mentais de difícil tratamento, sendo inclusive considerado inimputável pelos seus atos.
Ceará Miséria aparece nas gravações da Polícia Federal, juntamente com seu filho Edwilson Negreiros, aliciando eleitores do curso de Engenharia Florestal da FARO, ou seja, segundo o Ministério Público Eleitoral, os dois compraram votos dos acadêmicos nas eleições de 2012.
Denunciado pelo Ministério Público Eleitoral, que quer a cassação do vereador eleito, Edwilson alega, em sua defesa, que o pai, seu parceiro na compra de votos, está insano.
No ano de 2008, Ceará Miséria declarou-se insano no curso de um processo de compra de votos envolvendo seu irmão, Manoel Nascimento, atual vereador Ramiro Negreiros , que continua no cargo até agora, apesar de já ter sido cassado pela Justiça Eleitoral.
Relembre o caso
No ano de 2008 o juiz eleitoral Alexandre Miguel , mandou que o Instituto Médico Legal de Rondônia fizesse exames de sanidade mental em Ceará Miséria com os seguintes quesitos para ser respondido, sem prejuízo das informações que o legista entenda necessário: a) o réu José Edílson Negreiros encontra-se, em virtude de perturbação de saúde mental, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato? B) o réu José Edílson Negreiros encontra-se, em virtude de perturbação de saúde mental, inteiramente capaz de determinar-se de acordo com esse entendimento? C) eventual incapacidade proveniente de doença mental é transitória ou permanente? Abra-se vista dos autos ao MP e ao Curador nomeado para ciência e apresentação de quesitos, que entendam necessários.
Compra de votos
O Ministério Público Eleitoral ofereceu representação eleitoral contra o vereador eleito no pleito de 2012 Francisco Edwilson Bessa Holanda de Negreiros, por desenvolver sua campanha eleitoral por meios ilícitos, comprando votos de eleitores. O MPE pede que além de multa, o vereador eleito seja punido com a cassação do registro ou do diploma e o reconhecimento da inelegibilidade pelo prazo de oito anos.
A representação foi protocolada na Justiça Eleitoral no dia 15 de outubro e tramitava em segredo de Justiça. Mas, acatando a manifestação do Promotor de Justiça Eleitoral Francisco EsmoneTeixeira, o Juiz da 2ª Zona Eleitoral, Carlos Augusto Teles de Negreiros, entendeu não haver necessidade de manter o processo em segredo de Justiça.
A representação proposta pelo Ministério Público Eleitoral contra Edwilson Negreiros se deu em razão da prática, em tese, da conduta tipificada no artigo 41-A da Lei 9.504/97, consistente na promessa de doação de brindes a alunos do curso de Engenharia Florestal da FARO e, ainda, na cessão de uma chácara para a realização de confraternização daquele curso. Tudo isso, com a intenção de obter votos dos acadêmicos participantes e de outros que pudessem aderir.
Em reunião com os acadêmicos, no dia 25 de agosto de 2012, o então candidato a vereador e seu pai, José Edilson, prometeram doar uma motocicleta e duas Tvs de LCD para serem sorteadas em rifa e com isso auferir recursos para festividades de formatura e também ceder uma chácara para as festividades dos acadêmicos e seus familiares, inclusive com garantia de transporte.
Evidenciando a intenção de com as promessas obterem votos dos acadêmicos, Edwilson Negreiros pediu a formação de uma comissão para uma nova reunião, na qual o então candidato a vereador e seu pai, José Edilson, pretendiam ter quantidade maior de alunos para serem aliciados a votar com a promessa de receberem vantagens. Tais promessas feitas pelo vereador eleito com a intenção de obter os votos dos acadêmicos foram gravadas por agente da Polícia Federal, com prévia autorização da Justiça.
Após as alegações da defesa do representado sobre as provas apresentadas e a posterior manifestação do MPE, o juiz eleitoral designou audiência para ouvir as testemunhas das partes no dia 9 de novembro de 2012, às 8h30. Determinou ainda que, no prazo de 10 dias, a perícia da Polícia Federal apresente esclarecimentos a respeito de questionamentos feitos pela defesa quanto às imagens e gravações feitas.
Ceará miséria condenado por racismo
O empresário cearense José Edílson Negreiros, o “Ceará Miséria”, foi condenado pela Justiça de Rondônia a um ano e seis meses de reclusão e ao pagamento de 20 dias multa, por crime de racismo. De acordo com a decisão do juiz da 2ª Vara Criminal de Porto Velho, Valdecir Castelar Citon, o cearense cometeu os crimes de agressão física e racismo contra uma de suas empregadas, que foi lhe cobrar salários atrasados e acabou apanhando no meio da rua e humilhada publicamente. A decisão ainda cabe recurso.
Segundo o processo, Ceará Miséria é acusado de discriminação e preconceito de cor, ao utilizar termos pejorativos contra a vítima, quando gritou em público que “negra é pra ser escrava”. De acordo ainda com o processo, o acusado ainda tentou surrar a vítima um cinto, conforme o laudo de lesão corporal.
Na sentença, o juiz observou que “durante o interrogatório, o acusado demonstra sua tendência ao preconceito racial, pois na tentativa de negá-lo acabou por confirmá-lo. Diz ele: Que possui mais 36 agregados que são ‘criolinhos’, e nunca os discriminou por esse motivo”.
Ceará Miséria é irmão do vereador de Porto Velho, Ramiro Negreiros, e ficou rico explorando concessões de táxi da Prefeitura de Porto Velho alugadas a terceiros.
O empresário também responde por crime de corrupção eleitoral e estelionato, quando teria distribuído carteiras de habilitação frias do Detran Rondônia.