Os episódios envolvendo membros da equipe de primeiro escalão do governador Confúcio Moura não servem apenas para marcar, na opinião pública, uma imagem negativa do governo. Eles servem, também, para levar à população à intranqüilidade e à perplexidade.
O enrosco no qual se teria metido a secretaria estadual de administração, revela a podridão administrativa que corrói as estranhas do governo.
E o que dizer de um ex-diretor da Companhia de Água e Esgotos de Rondônia (CAERD), acusado de pedofilia. O cidadão deixou uma reunião direta para a delegacia de policia.
Mas os problemas não se restringem somente a esses dois setores da administração. O secretario de planejamento também está enrolado até a medula com a justiça. Não pode ausentar-se de Porto Velho, sem autorização judicial, nem passear pela cidade, a partir das 22h.
Convenhamos, porém, não ser destituída de sentido a hipótese de que muitos auxiliares vêm contribuinte para reduzir a credibilidade do chefe do executivo.
Em síntese, pode-se dizer, sem medo de errar, que boa parte da responsabilidade pelos fiascos dos primeiros dias de governo, que vão arrastando ladeira abaixo a administração peemedebista, deve-se ao histórico de muitas figuras carimbadas que cercam doutor Confúcio.
Evidentemente que, como qualquer mortal, o governador não tem bola de cristão para esquadrinhar o passado de seus colaboradores. Nem é isso, contudo, o que exige a população.
Mas se ele tivesse consultado os órgãos competentes, saberia o que cada um deles teria feito do passado e, destarte, evitado os transtornos e aborrecimentos pelos quais vem passando.
Entretanto, nem tudo está perdido. Ainda é tempo de o governador se redimir com a população rondoniense. É só exonerar os que estão enrolados com a justiça, cujas presenças comprometem a imagem de seriedade de seu governo.
Sem isso, portanto, disseminar-se-ão, no seio da população, mais que o sentimento de descrédito e indignação, a intranqüilidade e a perplexidade, percalços esses, aliás, que em nada ajudarão o governador na busca de soluções para os muitos problemas crônicos – e extremamente graves – que afligem o cotidiano do povo rondoniense. É preciso agir, antes que o tumor se espalha e comprometa todos os órgãos do paciente, levando-o a morte.