O presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, deputado federal Moreira Mendes (PPS-RO), rebateu hoje as declarações da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, de que o debate em torno do novo Código Florestal ainda é insuficiente, e que a proposta só dever ir à votação no próximo ano. Para ele, a fala da ministra “causa estranheza”, principalmente porque a Comissão Especial da Câmara passou o ano inteiro discutindo o assunto, tendo, inclusive, realizado mais de setenta audiências públicas em todo o País.
“Ela (ministra) teve o ano inteiro para discutir o assunto e se omitiu. Quem verdadeiramente se omitiu desse debate foram o Ministério do Meio Ambiente e os próprios ambientalistas, que não têm propostas e não apresentam soluções, só fazem barulho”, criticou.
Ainda segundo Moreira Mendes, “o que a ministra chama de ‘elite política, tradicional e associada à agropecuária’ são brasileiros preocupados com o país, cientes de que o Código Florestal em vigor não permite o crescimento do setor agropecuário”. O deputado acrescenta que, ao contrário do que é pregado pelo governo, se aplicado na íntegra, o CF levaria à diminuição da produção agrícola e até à prisão de pequenos agricultores que só trabalham para o sustento da família.
Espaço para o debate
Moreira afirma, ainda, que a votação do Código Florestal no Plenário da Câmara este ano não encerra o debate, pelo contrário, o amplia, uma vez que as discussões serão transferidas para o Senado Federal. “É bom que se diga que o processo de discussão não acaba aqui na Câmara, prossegue no Senado. Portanto, há tempo suficiente para se discutir a proposta e fazer as alterações necessárias”, defendeu.
Para o presidente da FPA, a bancada ruralista no Congresso Nacional tem força suficiente para aprovar qualquer proposta, mas prefere a via do diálogo, ouvindo e respeitando as vozes discordantes. “Desde o início, defendemos uma discussão ampla em torno da legislação ambiental. Porque não se trata de saber se é o ruralista ou o ambientalista quem tem razão. Precisamos é discutir e aprovar propostas que interessem ao bem do Brasil, e é isso que queremos”.