Informação postada no site RONDONOTICIAS dá conta de que o usuário portovelhense paga o mesmo valor da tarifa de ônibus (R$ 2,30) que moradores das cidades de Porto Alegre, Belo Horizonte, Cuiabá e São Paulo, e mais caro que usuários de Curitiba (R$ 2,20), considerada cidade modelo nessa e noutras modalidades de transportes. É o que diz uma recente pesquisa realizada pela Associação Nacional de Transporte Terrestre (ANTP).
Nada disso, porém, parece sensibilizar o prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), que insiste em praticar uma tarifa de ônibus desumana e cruel, incompatível com a realidade dos serviços prestados pelas empresas. Nem por isso, Sobrinho põe a mão na consciência (se é que a tem) e abre concorrência pública para o setor. Por quê?
Essas e outras perguntas não querem calar. Como pode o prefeito, que prometeu acabar com o ônibus tele sena, continuar batendo na mesma tecla, contra todas as evidências, sempre de abraços abertos para atender o monopólio, com reajustes acima da inflação, esquecendo-se dos sagrados interesses da população, que se utiliza desse meio de locomoção para o trabalho, a escola o lazer ou mesmo às compras.
Já passou da hora de o prefeito mudar o seu jeito de fazer política com relação ao monopólio de ônibus. Esse pessoal está mal acostumado a exigir aumento de passagem sem uma contrapartida justa. A estratégia seria simples: querem aumento, pois, então, coloquem ônibus novos (não reformados) nas linhas para servir dignamente à população, cumpram os horários de tráfegos e mantenham os veículos limpos. Se não sentisse boa vontade das concessionárias, Sobrinho decretaria estado de calamidade pública e, de quebra, abriria concorrência para o setor.
Enquanto isso não acontece, o monopólio continua desafiando o prefeito, tripudiando sobre os direitos dos usuários e debochando da secretária municipal de transportes e trânsito, Fernanda Moreira, já apelidada de ventríloqua das empresas.
Em vez de tentar instalar um pouco de tranqüilidade no coração da população, diante do caos que assola o sistema de transporte coletivo da capital, o prefeito Sobrinho remete o usuário à constatação óbvia, qual seja a de que, em política, tudo muda de lugar: o limpo é sujo e o sujo é limpo, quando, na verdade, ela (a política) precisa tornar-se mais social e humana e menos individualista.