Um cidadão rondoniense é parado numa barreira policial para fiscalização. Seu nome aparece como “foragido”. O homem é preso e encaminhado para o presídio. Ficou três dias na grade.
Seria tudo aparentemente “normal” no cotidiano policial, porém tudo não passou de um erro, com a inexistência de qualquer mandado de prisão contra o trabalhador. Um erro crasso que provocou um dano moral no cidadão, que chegou a ser algemado e receber tratamento dispensado a bandidos.
A lambança aconteceu com um consultor de prestação de contas de convênio, Carlos Sebastião Dias Caldeira, que estava voltando de viajem a trabalho o trecho entre Guajará- Mirim para Porto Velho, no último sábado ( 27/08). O ônibus em que viajava foi parado numa operação conjunta da Polícia Civil com o GESFRON ( Gerência Especial de Segurança de Fronteira) na altura do antigo garimpo do Arara.
Durante a abordagem o trabalhador foi surpreendido por um mandato de prisão que segundo os policiais estava em aberto na Polinter.
Após a abordagem e receber voz de prisão, foi encaminhado para a Delegacia de Polícia de Guajará Mirim, onde afirma ter sofrido maus tratos por parte dos policiais, mesmo alegando que não devia nada e que a prisão era um equívoco.
Após pedir os nomes dos PCs que lhe tratavam mal, foi ironizado, com os policiais afirmando em tom de chacota que o mandato de prisão da Polinter estava no nome de Carlos e não no nome deles. Também disserame que o site do Tribunal de Justiça não estava funcionando e não podiam fazer nada para comprovar sua afirmação de inocência.
Carlos foi encaminhado para fazer o exame de corpo de delito, onde foi tratado como um criminoso. Diz ter sido constrangido na presença de todos os presentes no Hospital.
Na sequencia foi encaminhado ao presídio, onde o diretor da unidade reconheceu que a prisão foi indevida e irregular, mas que não poderia ser solto naquele momento, pois era necessário alvará de soltura do juiz de Porto Velho Na checagem no presídio foi detectado que não havia nenhum mandato de prisão na Polinter.
O consultor que possui problemas cardíacos e que havia sofrido um princípio de ataque cardíaco há um mês, começou a passar mal. Como forma de protesto pela prisão, se recusou a comer e beber enquanto sua situação não fosse resolvida.
Após todos os constrangimentos, e ter passado três dias preso, foi solto na segunda-feira (29/08) ao final da tarde, quando retornou a Porto Velho. De posse de cópias documentais, entre elas uma certidão da Polinter de que não havia nenhum mandado de prisão contra sua pessoa ( veja abaixo) e com o auxílio de um advogado de sua confiança Dr. Carlos Aberto Troncoso fez uma representação na corregedoria de Polícia Civil contra os policiais de delegacia de Guajará-Mirim que teriam lhe tratado mal . Também prepara ação indenizatória contra o Estado.
“ Fui constrangido e espero Justiça. Acho que nunca mais vou esquecer esta história” disse Carlos.