A justiça do Acre marcou o júri popular do crime da ‘’motosserra”, àquele em que o ex-deputado federal Hidelbrando Pascoal, é acusado de amputar com uma serra elétrica as pernas e os braços do mecânico Agilson Firmaino dos Santos, o Baiano. O julgamento será no dia 17 de julho de 2008, exatamente 12 anos após a execução. O crime foi o que mais influenciou no processo de cassação de Hidelbrando (ex-PFL), que atualmente cumpre pena no presídio de segurança máxima de Rio Branco por outros assassinatos cometidos pelo esquadrão da morte, facção criminosa, que segundo o Ministério Público, era comandada por ele.
Baiano foi executado no começo de julho de 1996, em Rio Branco, com requinte de crueldade após sofrer tortura em cativeiro. O laudo do Instituto Médico Legal descreve que, além dos membros amputados, o mecânico teve os olhos vazados, um prego introduzido na testa e os testículos arrancados e introduzidos no ânus.
Agilson Firmino dos Santos era motorista de José Hugo Alves, o Mordido, que matou há tiros um mês antes, durante uma discussão num posto de gasolina, o tenente da Polícia Militar, Itamar Pascoal, irmão de Hildebrando. Baiano deveria informar o paradeiro de Hugo, como não o fez foi torturado até a morte e teve o corpo, sem os braços e as pernas, jogado às margens de uma avenida de grande circulação da capital acreana.
Além de Hidelbrando, outros quatro acusados sentarão no banco dos réus como participantes do crime: Adão Libório, Alex Fernandes de Barros, Pedro Pascoal (primo de Hildebrando) e Amaraldo Pascoal Uchoa Pinheiro. O dentista Sete Pascoal, irmão do ex-deputado, teve o processo desmembrado e foi o primeiro a ser julgado nesse caso, sendo condenado a 13 anos de prisão, em novembro de 2005. Sua sentença encontra-se em grau de recurso. O nome do ex-vereador Alípio Ferreira foi retirado do processo em decorrência de morte.
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