As quadrilhas que usam o golpe do seqüestro telefônico estão atuando em Rio Branco. Esta manhã a vítima foi o secretário da Fazenda estadual, Orlando Sabino, que viveu 4 horas e meia de intensa tortura psicológica. Era por volta do meio dia desta segunda-feira quando o telefone da residência do secretário tocou. Do outro lado da linha uma voz pediu para ele ligar o celular e atender o chamado. Ao atender uma voz disse: “Estamos com seu irmão sob nosso poder. Siga as instruções e nada acontecerá ele e a sua família”.
*Ao passar a mensagem o bandido desligou e por pouco Orlando Sabino não teve um infarto. Tentou entrar em contato com o irmãomas o seu telefone só encontrava-se fora do ar. Antes mesmo de Orlando entrar em contato com mais alguém e a polícia o celular voltou a tocar. O número não era o mesmo da primeira ligação, mas os bandidos passavam a primeira instrução: ele precisa, numa demonstração de que queria o irmão vivo, fazer transferência de créditos telefônicos no valor de R$ 5 mil para um telefone que foi indicado.
*Apavorado o secretário convocou um amigo e correu aos pontos de combustíveis, farmácias e supermercados em busca dos cartões telefônicos, pois segundo os seqüestradores virtuais ele tinha uma hora para realizar a operação.
*“Foram os piores momentos de minha vida”, conta Orlando Sabino, que disse ter acabado o estoque de cartões telefônicos da cidade para atender as exigências feitas. Ao cumprir a primeira exigência Orlando Sabino recebeu outra ordem. Desta vez os bandidos queriam depósito em várias contas. O secretário argumentou que os bancos estavam fechados e a operação não podia ser concluída, o que foi o suficiente para os bandidos afirmarem que matariam o deputado Fernando Melo.
*O pior de tudo é que uma das exigências dos bandidos era manter o celular ligado, que evita a vítima a se comunicar com outras pessoas. Já corriam quase quatro horas do início do seqüestro virtual, quando a esposa de Sabino ligo mais uma vez ligação para o celular do cunhado e por sorte ele já tinha retornado de uma viagem que fez ao vizinho município de Plácido de Castro.
*Nesta hora, ao saber que o irmão não havia sido seqüestrado, Orlando desligou o celular e ficou aguardando o encontro com o irmão. Quando lá chegou o deputado viu um irmão aflito e desesperado. Ele acabara, assim como muitos, de ser vítima do golpe do seqüestro virtual, que gangues aplicam pelo telefone.
*Esta tarde os dois procuraram a imprensa para relatar o caso. Eles querem evitar que outras famílias sofram a tortura que Orlando Sabino passou. Para Fernando Melo essa quadrilha é de fora do estado com ramificações em Rio Branco e que conta com a ajuda de pessoas que conhecem suas vítimas.