Dois homens foram denunciados pelo Ministério Público Federal em Rondônia (MPF/RO) por tentarem levar adolescentes e mulheres para a Venezuela, com a finalidade de exploração sexual. Os dois foram denunciados por tráfico internacional de pessoas. A descoberta do crime ocorreu durante as investigações da Operação Rio Preto, em que se apurou o aliciamento e a exploração sexual infantil de garotas em barcos flutuantes no igarapé Rio Preto, em Porto Velho.
A investigação por monitoramento telefônico apontou que além de aliciar e explorar sexualmente as meninas, os dois homens estavam tentando levá-las para a Venezuela. Um dos homens morava naquele país e solicitou a seu amigo que conseguisse uma garota para lhe servir sexualmente. Algumas meninas chegaram a ser apresentadas ao interessado. Nas escutas telefônicas, descobriu-se que ele chegou a sair com uma adolescente e a convidar, por telefone, outra garota para um passeio no flutuante, perguntando também se ela gostaria de ir para a Venezuela com ele.
Uma terceira menina conheceu os dois denunciados, aceitou ir para a Venezuela, mas a viagem não deu certo em razão de ser adolescente e necessitar de passaporte e autorização dos pais para uma viagem ao exterior. Os dois homens tentaram novamente levar uma acompanhante para a Venezuela e até conduziram uma quarta mulher, dessa vez maior de idade, à Superintendência da Polícia Federal e ao Tribunal Regional Eleitoral, onde seriam providenciados os documentos necessários à viagem. Esta última mulher não chegou a embarcar para a Venezuela porque o homem interessado em levá-la para aquele país foi preso na Operação Rio Preto.
O procurador da República Heitor Soares afirma que “o crime não se consumou por circunstâncias alheias à vontade dos denunciados”. Na denúncia, o MPF/RO pede a punição dos dois denunciados por crime de tráfico de pessoas para exploração sexual, com o agravante de que as vítimas eram adolescentes e as tentativas ocorreram repetidas vezes.