Apenas um dos três acusados agendados para mais uma sessão do caso Urso Branco será julgado nesta quarta-feira. Trata-se de Claudeílton Fernandes Pantoja (Eltim doTriângulo), que responderá pelas 27 mortes ocorridas durante rebelião no presídio José Mario Alves, em janeiro de 2002. Como está foragido, o julgamento ocorre sem a presença do réu.
Outros dois acusados também foram convocados por edital para o julgamento de hoje, Eder Santos Carvalho (Nego Eder), preso no Acre, e Eduardo Mariano Dias, que, segundo apurou o cartório do 2º Tribunal do Júri, morreu assassinado em julho de 2007. O laudo enviado nesta manhã à justiça, pelo instituto de criminalística da polícia civil, relata que Eduardo foi encontrado morto com tiros nas costas e nuca, em um bar no bairro Mariana, em Porto Velho.
Assim que foi informada da recaptura de Eder Santos Carvalho, a Justiça de Rondônia requisitou o recambiamento do acusado de Rio Branco para Porto Velho, mas não houve tempo hábil para as providências necessárias. O juiz que preside o Júri, Aldemir de Oliveira, esclareceu antes de iniciar os trabalhos que o acusado contratou o advogado Marcos Vilela para defendê-lo. No final da tarde de ontem (29), a defesa protocolou um pedido de adiamento do julgamento. Para justificar a solicitação, o advogado alegou que estaria atuando em outro júri, no mesmo dia e horário.
Mais rápido
Diante das mudanças, a previsão é que esta oitava sessão de julgamento do caso urso branco tenha uma duração bem menor que as demais. Como se trata de apenas um réu, o tempo de debate para acusação e defesa é reduzido para uma hora e meia cada. Mais uma hora para réplica e uma para tréplica, totalizando cinco horas.
Os promotores Renato Puppio e Cláudio Wolf foram os primeiros a se pronunciarem, esclarecendo aos jurados as circunstâncias do "massacre". Puppio lembrou que o acusado que conseguiu o adiamento é apontado como o que teria cortado a cabeça de um dos presos. A acusação reforça a tese de autoria em todas as 27mortes ocorridas. O promotor Cláudio Wolff fez uma analogia com um de time de futebol para convencer os jurados que coautoria equivale à autoria. "Não existem cojogadores", disse.
Além de Eder Santos Carvalho, ainda faltam ser julgados mais quatro pronunciados. Três diretores do presídio na época do crime, e um preso. Eles recorreram da sentença de pronúncia e aguardam o resultado de recursos no 2º grau da Justiça.