TRAGÉDIA: Sobrevivente de batida entre embarcações no rio Guaporé faz revelações

Florice de Araújo Oliveira, de 56 anos, estava indo trabalhar como cozinheira em Garimpo

TRAGÉDIA: Sobrevivente de batida entre embarcações no rio Guaporé faz revelações

Foto: Divulgação

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O FOLHA DO SUL ON LINE entrevistou, por telefone, na manhã desta terça-feira, 19, uma das sobreviventes do acidente envolvendo duas embarcações no rio Guaporé na noite do último sábado, 16. Um homem identificado como Nirceu Pinheiro Jardim caiu nas águas e está sendo procurado até hoje por Bombeiros e voluntários desde domingo, 18.
 
A entrevistada se chama Florice de Araújo Oliveira, tem 56 anos e estava indo para trabalhar em um garimpo na localidade de Remanso, na Bolívia. Moradora de Porto Velho, ela estava na capital havia 15 dias, depois de trabalhar em uma fazenda. Uma amiga indicou o serviço como cozinheira no acampamento para onde ela estava indo quando aconteceu a fatalidade.
 
“Flor”, como é conhecida, repetiu para este site as mesmas declarações que havia dado à Capitania de Remanso. Segundo ela, a embarcação com um piloteiro e dois passageiros que vinha em sentido contrário, seguindo da Bolívia para Pimenteiras, ignorou os sinais de luz que ela e os companheiros de viagem deram e bateram violentamente no veículo.
 
Após a colisão, que jogou no rio os ocupantes de ambos os barcos, a porto-velhense ouviu uma intensa gritaria e chegou a ver Nirceu, que não sabia nadar, implorado por ajuda para não morrer afogado. “Eu sei nadar, mas se fosse socorrê-lo, nós dois teríamos morrido. Joguei um galão de plástico, mas ele não alcançou. Gritou, deu um sinal com a mão e depois afundou”, conta.
 
Os dois sobreviventes do outro barco (um piloteiro de Pimenteiras e um técnico em ar condicionado de Vilhena), conseguiram se equilibrar nos galões, e foram socorridos quando o barco conduzido por um venezuelano, com Flor e um colombiano também a caminho do garimpo, parou em uma praia. O vilhenense se queixava das queimaduras que havia sofrido pelo Corpo.
 
Como o motor do barco que não naufragou (outro afundou logo após a batida) deu defeito, e o grupo desceu usando as próprias mãos como remos, e foram parar em terra firme. Piloteiros bolivianos resgataram os dois grupos de sobreviventes, levando um para a Bolívia e outro para Pimenteiras.
 
A entrevistada garante que os ocupantes da outra embarcação apresentavam indícios de embriaguez, e garrafas de bebidas que eles teriam consumido foram vistas por ela boiando após o naufrágio. Além disso, garante ela, nenhum dos três usava coletes salva-vidas.
 
O FOLHA DO SUL ON LINE também vai entrevistar ainda hoje um colega de Nirceu no garimpo de ouro, e ele falará sobre as condições sub-humanas no local, onde ficou por três meses e do qual saiu no mês passado. Os áudios enviados no podem ser as últimas mensagens do desaparecido também serão publicados.
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