EXCLUSIVO: Gestão Hildon pode ter desviado mais de R$ 4 milhões que iriam para cães e gatos

O ex-secretário de Hildon Chaves está com os bens bloqueados pela Justiça

Rondoniaovivo

26 de Março de 2025 às 15:42

Atualizada em : 27 de Março de 2025 às 10:08

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EXCLUSIVO: Gestão Hildon pode ter desviado mais de R$ 4 milhões que iriam para cães e gatos

Foto: SMC

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Um suposto esquema de corrupção engendrado no primeiro escalão da prefeitura de Porto Velho (RO), durante a gestão do então prefeito, Hildon Chaves (PSDB), pode resultar na descoberta de uma fraude que pode ter desviado mais de quatro milhões de reais, que em tese, deveram ser aplicados no atendimento público veterinário.

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A denúncia encaminhada pela Polícia Civil aponta o envolvimento direto do ex-secretário do Meio Ambiente em Porto Velho, Robson Damasceno, que chegou a ter um mandado de busca e apreensão dentro de sua casa expedido pela Justiça de Rondônia para que os policiais buscassem evidências do crime.

O mandado de busca e apreensão também chegou a ser cumprido na antiga unidade do Hospital Veterinário Popular, que era conhecida popularmente como UPA PET. Os envolvidos também tiveram os seus direitos aos sigilos bancários e telefônicos derrubados pela Justiça e ficaram com os seus bens preventivamente bloqueados.

O esquema

Conforme a Polícia Civil, a suspeita começou após a celebração do contrato entre a prefeitura de Porto Velho e a empresa Kin Casa Vet Clínica Veterinária, que se comprometeu a realizar serviços de urgência e emergências aos animais que vivem em famílias sem condições de pagar o tratamento de seus pets. O valor celebrado nesse contrato foi de R$ 9.561.045,46.

Durante as investigações, a Polícia Civil constatou que não houve estudo para a análise detalhada da quantidade de animais que seriam atendidos através desse montante de recursos aplicados pelo erário. Logo na primeira parcela do pagamento recebido, a empresa contratada apresentou severas inconsistências, como, por exemplo, atendimentos em duplicidade nos seus registros, apontando claramente para uma possível fraude.

Ainda segundo a denúncia da Polícia Civil, os atendimentos veterinários sequer eram realizados na empresa contratada, mas sim, em outro local disponibilizado pelos próprios sócios da Kin Casa Vet Clnica Veterinária, que no valor total do contrato celebrado já recebeu até o momento: R$ 4.242.087,56.

Na denúncia, as autoridades ainda ressaltam que, mesmo proibida de sublocar o serviço, a empresa denunciada concedeu uma entrevista em rede aberta de televisão local falando sobre esse contrato utilizando uniforme de outra empresa, que também pertencem à Kin Casa Vet Clínica Veterinária.

Um pagamento feito no último mês da gestão Hildon Chaves chamou a atenção das autoridades de uma forma especial, uma vez que a empresa registrou um aumento repentino nos atendimentos, recebendo de uma só vez, pouco mais de R$ 400 mil.

Fortes indícios

Para o Poder Judiciário, são fortes os indícios de que os denunciados tenham realmente praticado crimes como organização criminosa, fraude à licitação, entre outros apontamentos que ainda devem ser feitos ao longo do processo.

"Embora se discuta a derradeira prestação de serviços efetuados, não é possível identificar em sua totalidade o valor obtido de forma fraudulenta, já que no total recebido estão embutidos, tanto pagamentos por serviços prestados, quanto por pagamentos possivelmente fictícios, isto é, que não foram gerados, mas lançado a fim de pagamento indevido", relatou a decisão judicial que autorizou os mandados e a quebras de sigilo.

Gestão passada

Com os seus bens bloqueados e com um alvo das autoridades policiais na testa, o receio de muita gente é de que o ex-secretário da Sema possa entregar à Justiça mais nomes envolvidos nesta suposta quadrilha.

Esse não é um caso isolado entre o secretariado do ex-prefeito Hildon, que ao longo dos seus oito anos de mandato passou por uma série de escândalos envolvendo nomes ligados ao seu grupo mais poderoso dentro do Poder Executivo.

Fora do mandato, atualmente Chaves está no comando da AROM (Associação Rondoniense de Municípios), e não se manifestou sobre a denúncia.

Direito ao esquecimento

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