AMNÉSIA INFANTIL: Entenda por que não temos memória de quando éramos bebês

O cérebro de um recém-nascido ainda está em formação e continua se desenvolvendo intensamente

AMNÉSIA INFANTIL: Entenda por que não temos memória de quando éramos bebês

Foto: Freepik

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A infância desperta muita curiosidade, tanto em adultos quanto em crianças. Quem nunca se divertiu vendo fotos ou vídeos da época de bebê? Mas, por mais registros que existam, é impossível lembrar conscientemente dos primeiros anos de vida.
 
Esse fenômeno é chamado de amnésia infantil e acontece com todas as pessoas. Os especialistas apontam que há algumas explicações para isso, ligadas ao desenvolvimento do cérebro, à forma como registramos as memórias e até aos mecanismos de proteção emocional.



 
 
O cérebro do bebê funciona de forma diferente
 
O cérebro de um recém-nascido ainda está em formação e continua se desenvolvendo intensamente nos primeiros anos de vida. Uma das estruturas mais importantes para a memória é o hipocampo, responsável por armazenar e organizar lembranças.
 
Nos bebês, essa região ainda não está totalmente amadurecida. Isso significa que, mesmo que uma criança vivencie algo marcante, o cérebro pode não ter capacidade suficiente para armazenar essas informações de maneira acessível no futuro.
 
Além disso, os neurônios estão trabalhando de forma intensa para absorver ao máximo o que acontece ao redor. Como o cérebro da criança está focado no aprendizado e no desenvolvimento de habilidades motoras, linguísticas e sociais, muitas memórias acabam não sendo registradas de forma consciente.
 
 
A criança não tem noção de individualidade
 
Outro fator que pode explicar a falta de memórias dos primeiros anos de vida é que, até aproximadamente os três anos, a criança ainda não tem uma noção clara de que é um indivíduo separado dos outros.
 
Nessa fase, especialmente no primeiro ano, o bebê se percebe como uma extensão da mãe ou do cuidador principal. Essa falta de consciência sobre si mesmo pode dificultar a organização das experiências em memórias que possam ser resgatadas mais tarde.
 
Isso explica, por exemplo, por que algumas crianças só começam a ter lembranças a partir do momento em que já falam bem e conseguem se referir a si mesmas pelo nome ou pelo pronome "eu".
 
 
O tipo de memória que registramos muda com o tempo
 
Quando somos bebês, o cérebro armazena informações de uma maneira diferente da fase adulta. Nos primeiros anos, as memórias são mais ligadas a sensações e emoções do que a fatos concretos.
 
Isso acontece porque o cérebro infantil ainda não desenvolveu totalmente a chamada memória episódica, que é aquela que nos permite lembrar eventos com detalhes, como um aniversário ou um passeio. O que predomina no início da vida é a memória implícita, que está ligada a hábitos e emoções.
 
Por isso, mesmo sem lembrar conscientemente de momentos vividos nos primeiros anos, é possível que algumas experiências fiquem guardadas no inconsciente e influenciem sentimentos e comportamentos na vida adulta.
 
 
O cérebro pode apagar lembranças para nos proteger
 
Outro motivo para a falta de recordações da infância está relacionado a um mecanismo de defesa da mente. Algumas memórias podem ser reprimidas para evitar sofrimento, especialmente se envolveram emoções muito intensas.
 
Isso não significa que as experiências foram apagadas completamente, mas que o cérebro escolheu não torná-las acessíveis de forma consciente. Assim, certos sentimentos podem surgir ao longo da vida sem que a pessoa saiba exatamente de onde vêm.
 
 
Quando começamos a ter memórias de verdade?
 
Não existe uma idade exata para isso, mas a maioria das pessoas começa a ter lembranças mais claras entre os três e quatro anos. Isso acontece porque, nessa fase, o hipocampo já está mais desenvolvido, a linguagem se torna mais estruturada e a noção de individualidade se fortalece. Ainda assim, algumas lembranças dessa fase podem se perder ao longo do tempo, especialmente se não forem reforçadas com fotos, vídeos ou conversas.
 
A ausência de memórias da fase de bebê é um processo natural do desenvolvimento humano. O cérebro infantil está mais focado na aprendizagem do que no armazenamento de lembranças detalhadas, e as conexões necessárias para formar memórias duradouras ainda não estão completamente estabelecidas.
 
Apesar disso, as experiências vividas na infância continuam influenciando a vida adulta, mesmo que de forma inconsciente. Por isso, garantir um ambiente seguro e afetuoso para os bebês é essencial para o desenvolvimento emocional e cognitivo ao longo da vida.
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