Quatro municípios de Rondônia lideram a lista dos que menos registram focos de incêndios em nosso Estado. A plataforma ‘Monitoramento Rural’, em parceria com o site
Rondoniaovivo, mostra os locais com focos de incêndio em toda a nossa região nas últimas horas. Ela pode ser acessada pelo link:
https://rondoniaovivo.com/monitoramento-rural/ .
Nesta quarta-feira(11), as cidades de São Francisco do Guaporé, Alto Alegre dos Parecis, Cacoal e Vilhena, segundo o site, são as que menos registraram queimadas. Em cada uma dessas foram localizados apenas um foco de queimadas.
Plataforma Monitoramento Rural
Por outro lado, os municípios que ficam mais ao norte de Rondônia lideram a lista dos que mais estão fazendo queimadas. No topo está a capital, Porto Velho, onde estão sendo registrados 760 focos de incêndios; seguida por Nova Mamoré, com 372; Candeias do Jamari, com 358; e Cujubim que tem 237 pontos em chamas.
Os focos de queimadas em Rondônia mostram também a intensidade do desmatamento em nosso Estado. Uma boa parte desses incêndios está ocorrendo em áreas de preservação ambiental e em terras indígenas.
Essa constatação joga por terra, uma afirmação recente do governador Marcos Rocha, de que a fumaça que domina as cidades rondonienses venha do país vizinho, Bolívia. Ou seja, a maior parte dela é produzida em Rondônia mesmo.
Ninguém ganha
Quais são os verdadeiros efeitos dos desmatamentos e das queimadas em áreas florestais. A Organização WWF, que trabalha com preservação ambiental em várias partes do mundo, listou alguns, que são:
Perda da biodiversidade – As espécies perdem seu habitat ou não conseguem sobreviver nos pequenos fragmentos florestais que restam.
As populações de plantas, animais e microorganismos ficam debilitadas e eventualmente algumas podem se extinguir.
Até mesmo o desmatamento localizado pode resultar na perda de espécies, devido ao elevado grau de endemismo – ou seja, a presença de espécies que só existem dentro de uma área geográfica determinada.
Degradação do habitat – As novas rodovias, que permitem que pessoas e madeireiros alcancem o coração da Bacia Amazônica, têm provocado uma fragmentação geral na floresta úmida tropical.
A estrutura e a composição das espécies sofrem o efeito dessa fragmentação da paisagem e o mesmo acontece com o microclima. Tais fragmentos paisagísticos são mais vulneráveis às secas e aos incêndios florestais – alterações que afetam negativamente uma grande variedade de espécies animais.
Modificação do clima mundial – É reduzida a capacidade da floresta de absorver o gás carbônico (CO2) poluidor. Ao mesmo tempo, existe uma presença maior de CO2 liberado com a queima de árvores.
Perda do ciclo hidrológico – O desmatamento reduz os serviços hidrológicos providenciados pelas árvores, que são fundamentais.
No Brasil, uma parte do vapor d’água que emana das florestas é transportada pelo vento até as regiões do Centro-Sul, onde está localizada a maior parte da atividade agrícola do país.
O valor da colheita agrícola anual do Brasil é da ordem de US$ 65 bilhões de dólares – ou cerca de R$ 120 bilhões, em valores de 2009. Se mesmo uma pequena fração dessa quantia depender de chuvas originárias do vapor d’água da Amazônia, a falta de chuvas traria prejuízos consideráveis para o País.
Quando a redução das chuvas se soma à variabilidade natural que caracteriza a pluviosidade da região, a seca resultante pode provocar grande impacto ambiental. Já se verificam incêndios nas áreas que sofrem perturbações decorrentes da extração madeireira.
Impactos sociais – Com a redução das florestas, as pessoas têm menos possibilidade de usufruir os benefícios dos recursos naturais que esses ecossistemas oferecem.
Isso se traduz em mais pobreza e, em alguns casos, essas pessoas podem ter necessidade de se mudar de lugar e procurar outras áreas para garantir seu sustento.