‘Estou pagando para trabalhar’, desabafa professor em ato da educação
Foto: Divulgação
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Desde o primeiro semestre de 2015, o professor pós graduado Ailton Pacheco, da Secretaria de Educação de Porto Velho, passa mais da metade da semana, hospedado na escola rural Santa Júlia, na comunidade Vila da Penha, rodovia 245 em direção a Guajará Mirim, zona rural.
Para trocar o conforto da sala aula da na cidade por uma a 220 km de onde mora, o professor recebe uma gratificação de R$ 130,00. O deslocamento e a alimentação pelos dias que passa na escola ocorrem por conta própria.
Desde que a greve da educação municipal começou, Ailton e outros cinco mil professores estão fora da sala de aula brigando por melhores salários. Hoje, incluindo a gratificação, ele recebe um salário de R$ 1.700,00.
Ontem, indignado com a oferta de reajuste salarial de R$ 40,00 ofertado pela prefeitura, ele fez um desabafo diante de colegas e de vereadores numa reunião na Câmara Municipal.
"Percorro mais de 400 quilômetros para dar aula. A gasolina e a alimentação são por minha conta e no final do mês, colocando na ponta do lápis, percebo que não sobra praticamente nada do meu salário. Estou pagando para trabalhar. É vergonhoso para nós professores termos um salário desse, enquanto outros servidores recebem mais de mil reais só de gratificação. Tenho vinte e sete anos de educação e quando me aposentar certamente vou perder mais benefícios. Estou tão desanimado que nem sei se vale a pena continuar", desabafou Pacheco, aplaudidos pelos manifestantes.
Os trabalhadores da educação de Porto Velho estão em greve desde o último dia 14 e pedem uma reposição salarial de 25%. Ontem, eles rejeitaram a proposta da prefeitura e agora aguardam uma reunião dos vereadores com o prefeito Mauro Nazif (PSB).
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