Confirmada nova morte por Influenza A H1N1 em Cujubim
Foto: Divulgação
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A Agência Estadual de Vigilância Sanitária de Rondônia (Agevisa) confirmou nesta terça-feira (23) a morte de Rodrigo Furini Krajewski, de nove anos, pela gripe influenza A H1N1, ocorrida no dia 14 de julho, no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro. A criança era do município de Cujubim, distante cerca de 160 quilômetros de Porto Velho. Essa é a segunda morte provocada pela doença no município. Em maio deste ano a Agevisa confirmou a morte pela doença, de um homem de 47 anos, ocorrida em abril.
De acordo com a diretora da agência, Arlete Baldez, a morte pela gripe influenza A H1N1 da criança foi confirmada. No entanto, ela enfatiza que ao contrário do que a população está falando, não existe um foco do vírus no município. A diretora salienta que profissionais de saúde do município serão capacitados, para que a coleta para o exame seja realizada na própria cidade.
“Conseguimos remanejar mais 2,5 mil doses de vacina de outros municípios para Cujubim. Crianças menores de 10 anos também tomarão a vacina. Além disso, vamos contratar mais médicos e fornecer mais remédios para o município. O vírus está circulando não só no município, mas também em outras regiões do Brasil; porém estamos trabalhando na prevenção e para evitar outras mortes”, ressalta Arlete.
Já os pais de Rodrigo, Franciely Furini Krajewski e Elmar Norberto Krajewski, acreditam que o vírus da doença está prevalecente no município, e que há motivos para a população ficar preocupada. Após a morte de Rodrigo, a população realizou manifestação na quinta-feira (18), em frente ao posto de saúde do município e depois em frente à prefeitura.
Na sexta-feira (19), após uma reunião com a Agevisa, a secretária de saúde expandiu a vacina para crianças de até 5 anos, pacientes com hepatite, coletores de lixo, acamados, cadeirantes e cuidadores de acamados. No entanto, os moradores ainda estavam insatisfeitos e houve tumulto na unidade de saúde. Nesta segunda-feira (22) moradores de Cujubim fecharam a BR 364 por cinco horas, reivindicando a vacina para toda a população.
“Não queremos que outros pais sofram como estamos sofrendo. Não adianta vacinar só algumas pessoas. Nós queremos que a vacina seja para todo mundo, pois meu filho não estava no grupo de risco; ele tinha nove anos. Queremos saúde para todos”, destaca Elmar.
Denúncia ao Ministério Público
Franciely conta que o filho apresentava tosse e o levou até a unidade de saúde do município. O médico pediu um exame de raios-X do pulmão e encaminhou o paciente para Ariquemes. No Hospital da Criança, o médico explicou para a família que o pulmão de Rodrigo já estava bem comprometido e encaminhou a criança para Hospital Cosme e Damião em Porto Velho.
A criança deu entrada na unidade dia 1º de julho e os médicos reiteraram o comprometimento do pulmão e disseram que havia suspeita de H1N1, segundo Franciely. “Ele já chegou e foi isolado. No dia seguinte, ele já foi encaminhado para a UTI do Hospital de Base e continuou em isolamento. Ao todo ele ficou 14 dias internado. Foi muito sofrimento”, relata a mãe.
Uma amostra do sangue do paciente foi coletada no dia 1º de julho por profissionais do Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia (Lacen/RO). Nesse período, a Agevisa estava tratando o caso como suspeita da doença. O resultado do exame chegou na sexta-feira (19) e confirmou a morte pela gripe influenza A H1N1. Na tarde dessa segunda-feira (22) familiares de Rodrigo, protocoloram uma denúncia no Ministério Público (MP), reclamando da demora do laboratório Lacen na emissão do exame.
“Os médicos me explicaram que o H1N1 é um vírus muito rápido, que faz uma devastação muito grande. O vírus está no ar e qualquer um está exposto. O exame demora muito e muitas pessoas podem morrer sem nem saber o resultado ou nem terem feito o exame”, relata Franciely.
A promotora de Justiça, Priscila Matzenbacher, diretora do Centro Operacional de Saúde do Ministério Público (MP) de Rondônia, afirma que a denúncia será investigada. “Hoje tenho uma reunião com o secretário de saúde do estado e vamos averiguar os prazos; se os médicos estão adotando o protocolo padrão do Ministério da Saúde, entre outras situações”, ressaltou.
Lacen
O chefe do setor de biologia médica do Lacen, Marcelo Sartori, explica que ao dar entrada em uma unidade de saúde, o paciente com suspeita de H1N1 já recebe medicação especifica para a doença. O laboratório coleta o material dos pacientes e envia para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
Sartori explica que até uma semana atrás, os resultados eram enviados pelos Correios, o que implicava na demora de até 20 dias para a chegada do exame. Além disso, o chefe do setor de biologia expõe que o material para o exame é enviado uma vez por semana para São Paulo, visto que o Lacen depende de gelo seco, que vem de outro estado.
No entanto, Sartori ressalta que atualmente o Lacen tem acesso online ao sistema do Adolfo Lutz, e que os resultados dos exames são emitidos em até 10 dias. “Nesse caso especifico do Rodrigo; quando chegamos ao hospital, ele já estava medicado. Temos um profissional que fica sobre aviso 24h para fazer a coleta do exame. Enfatizo que em casos suspeitos de H1N1, o protocolo definido pelo Ministério da Saúde é entrar com o Tamiflu, independente do resultado do exame, situação que foi realizada”, conclui.
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