Que venham hospitais de campanha do Exército Brasileiro, navios hospitais da Marinha. Estudantes do Projeto Rondon. Até a Cruz Vermelha. O que não pode é um paredão de concreto no meio de um rio Amazônico valer mais que seres humanos
Foto: Divulgação
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Todo cidadão brasileiro tem direito a vida, esse é o primeiro dos cinco princípios básicos da Constituição Federal, porém, em Porto Velho, capital do estado de Rondônia esta prerrogativa vem sendo sumariamente desprezada e quase de forma cruel minimizada em uma penúria de quase uma década chamada Pronto Socorro João Paulo II.
Na noite desta quinta-feira (12) familiares e até mesmo pacientes denunciaram ao Rondoniaovivo uma "invasão de tapurus", com larvas brotando de ralos na ala do PS2. Além de ser uma realidade nojenta e anti-higiênica, mostra a que nível chegou a Saúde em Porto Velho, diga-se de passagem, única capital do Brasil sem Pronto Socorro/Hospital municipal.
Construído como compensação social da usina de Samuel em um período em que a capital portovelhense apresentava índices populacionais comparados a de uma comunidade interiorana, pouco a pouco o JP foi sendo sufocado pela a crescente demanda de atendimentos que aumentou a cada ano.A chegada das duas grandes Usinas do Rio Madeira, estrelas do PAC da presidenta Dilma, consideradas de "segurança nacional", inchou o JPII. A cidade cresceu, explodiu populacionalmente e não foi construido nenhum Hospital de grande porte para atender os locais.Hoje o caos e a carnificina é rotina no nosocômio.
O fato é que hoje a precariedade do Pronto Socorro João Paulo II já passou do limite do aceitável, a falta de controle do monstro em que se transformou o pronto socorro é clara, e a situação apresentada atualmente se transformou em um avilte não apenas aos cidadãos rondonienses, mais sim para todo e qualquer legal cidadão brasileiro que um dia chegou a acreditar que teria seus direitos constitucionais respeitados.
Larvas e vermes permeiam as paredes e os corpos de rondonienses que utilizam o João Paulo II, e que mesmo nessa situação é vergonhosamente o único hospital de pronto atendimento capaz de receber enfermos com quadros de alta complexidade, isso devido a anos de abandono da saúde publica no interior do estado e também pelo fato de vivermos na única capital brasileira que não possui um hospital para atendimento de alta complexidade gerido pelo município.
Uma intervenção federal no João Paulo II é urgentemente necessária, pois não se trata apenas sofrimento e descaso, estamos falando de atentados diários contra a vida, de uma situação vergonhosa e humilhante que certamente pesa na consciência de qualquer ser humano que tem o mínimo de apreço pela vida.
Que venham hospitais de campanha do Exército Brasileiro, navios hospitais da Marinha. Estudantes do Projeto Rondon. Até a Cruz Vermelha. O que não pode é um paredão de concreto no meio de um rio Amazônico valer mais que seres humanos. Ou os habitantes deste barranco de rio não são "objetos" de segurança nacional?
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