Comentário Geral - O humor brasileiro está de luto morreu Chico Anysio – Por Humberto Oliveira

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Foto: Divulgação

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Popó, Valfrido Canavieira (filho do professor Raimundo), Tim Tones e Tavares.
O mundo, que não anda ultimamente muito bem das pernas, acaba de levar um duro golpe. Morreu o maior humorista brasileiro. Morreu Chico Anysio, aliás, morreram Popó, Pantaleão, Velho Zuza, Professor Raimundo e o filho, Valfrido Canavieira, Painho, Neide Taubaté, Qualhada, Azambuja, Bento Carneiro, Tavares, Seu Jaime, Justo Veríssimo, Tim Tones, Bozó, Nazareno, Alberto Roberto, Roberval Taylor, e muitos mais.

Todos eles, totalizando mais de 200 tipos, deixarão saudade e jamais serão esquecidos, e muito menos seu genial criador. Afinal de contas, Chico era muitas personagens e atuou em muitas áreas. Além de humorista, também foi compositor, comentarista esportivo, escritor, roteirista, ator, artista plástico, ator de cinema, de rádio, de telenovelas. Chico também foi pródigo no quesito casamentos e filhos, tanto que deixou oito.

Nascido em Maranguape, no Ceará, Chico começou a carreira na Rádio Guanabara, já nos anos 1950. Ele queria ser rádio ator, ser galã, porém, a veia cômica falou mais alto, assim como o talento para imitar vozes. Começou a criar os primeiros personagens como o eterno professor Raimundo, e rapidamente ganhou espaço na televisão, onde estreou em 1957, na extinta TV Rio. O primeiro programa de humor foi Chico Anysio Show, lançado na década de 1960, pela TV Rio, depois pela Excelsior e TV Globo, emissora onde criou seus programas de maior sucesso, como Chico City, exibido de 1973 a 1980, ainda na Globo estrelou, no período de 1981 a 1996, o Chico Total.

Nestes programas o humorista desenvolveu a maioria dos seus personagens, entre eles, o pão duro Gastão Franco; o ator canastra e burro Alberto Roberto; o mentiroso Pantaleão (é mentira, Terta?); o ranzinza Popó; o bêbado Tavares (sou, mas quem não é?); o mulherengo Nazareno (calada!); o político corrupto Justo Veríssimo (eu quero que pobre se exploda); o pai de santo Painho (aff!); o líder religioso Tim Tones (vamos passar a sacolinha) são alguns dos mais populares. Isso sem esquecer o professor Raimundo (e o salário, ò!).

Pantaleão, Painho, Professor Raimundo e o craque Qualhada.

Em 1990 estreou a Escolinha do Professor Raimundo, ficando no ar até 2002. Da escola participaram grandes estrelas do humorismo brasileiro, alguns resgatados quase do ostracismo e esquecimento por Chico. A lista é enorme: Walter D’Ávila e a irmã Ema; Ivon Cury; Costinha; Grande Otelo, Zezé Macedo; Antônio Carlos (pai da atriz Glória Pires); Castrinho; mas também nulidades como Sérgio Malandro e Paulo Cintura. Na escolinha, Chico lançou nomes como à ótima Cláudia Gimenez (beijim, beijim, pau, pau), Cláudia Rodrigues (A Diarista) e superestimado conterrâneo, Tom Cavalcante.

Chico Anysio sempre foi eclético e atuou nas novelas Pé na jaca; Sinhá Moça; Guerra e Paz e Caminho das Índias. Durante 17 anos teve um quadro fixo no Fantástico (de 1974 a 1991). Ali nasceu o personagem Azambuja, um típico malandro carioca, que Chico fazia de cara limpa. Apenas depois o personagem ganharia rosto. No cinema, ele atuou em vários filmes, inclusive pornochanchadas (O doce esporte do sexo). Apenas para lembrar dois trabalhos mais recentes, atuou no sucesso Se eu fosse você 2, de Daniel Filho, que o dirigiu nos anos 70, e dublou a voz do protagonista do desenho Up – Altas aventuras. Chico deu um show. Sob a batuta de Cacá Diegues, o humorista interpretou o velho Zé Esteves na versão cinematográfica de Tieta do Agreste, de Jorge Amado.

Na literatura, Chico Anysio também fez sucesso. Escreveu mais de 20 livros. Podemos citar títulos como O batizado da vaca; O telefone amarelo; O enterro do anão. A última obra literária foi O Canalha (2000).

Passando férias em Fortaleza tive a oportunidade de assistir um espetáculo de Chico Anysio, no Teatro José de Alencar. Ri tanto que sai do show com uma tremenda dor de cabeça. Foi um momento inesquecível.

Com a morte deste mestre ficamos definitivamente órfãos do humor inteligente, que fazia rir e fazia pensar também. Ficamos a mercê de porcarias de gosto duvidoso que as redes de televisão exibem e que, há muito tempo ultrapassaram o limite do suportável. Não vou citar os programas para não melindrar algum fã mais ardoroso e sem senso de humor.

Bozó, Nazareno, Justo Veríssimo e Chico com os filhos Nizo Neto e Bruno Mazzeo.
Para consolo dos fãs estão disponíveis no mercado DVDS trazendo alguns programas antigos como Chico City e Chico Total, e ainda A Escolinha do Professor Raimundo. Chico Anysio partiu, mas a obra e personagens estão eternizados digitalmente, o que nos possibilita ver e rever quando quisermos e darmos ótimas gargalhadas. Humor sem contra indicação. Programa nota 10.

Agora a Escolinha está completa, pois a maioria dos alunos partiu também fora do combinado e ficaram esperando à chegada do professor Raimundo. Certamente o primeiro a cumprimentá-lo será o metido a esperto Rolando Lero, o saudoso Rogério Cardoso (A Grande Família), que o receberá dizendo – Amado mestre!

 Ave, Chico.

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