Banda do vai quem quer - Por Altair Santos

Banda do vai quem quer

Banda do vai quem quer - Por Altair Santos

Foto: Divulgação

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 “Sábado de carnaval: lá vem ela cheia de irreverência, amada e odiada, prá lá de solta, animada, polêmica como ela só! A majestosa diva do nosso imaterial cultural, o bloco da cidade de ontem, hoje e amanhã, pede passagem. Sempre envolvente, uma flor ela traz na mão e chama a cidade pra dança, com saudade do Manelão!“
Ontem à noite, a reluzente cerveja que meava o copo denunciava, sob a mesa amiga e testemunha muda, o nosso aspecto ansioso pelo dia seguinte - o sábado de carnaval. Este prelúdio nos enchia o peito que abrigava a bagagem da nossa preocupação e expectativa: O desfile da Banda. Em noite alta, o bar, naquele quase cerrar portas, assistia o êxodo desordenado dos notívagos (alguns já trôpegos) que se iam, não sem antes, promoverem ajuste nas bússolas e indicar a rota do dia seguinte. A coordenada, a deixa: “até amanhã na Banda.” Já em casa e a noite varando a madrugada rumo ao amanhecer, o grande bloco desfilava na passarela da insônia e nos tirou pra dança muito antes da hora.
Na manhã as janelas da cidade receberam o sopro daquela brisa que auspiciava um dia repleto de enlevo, pelos motes da cultura popular, pura seiva dissociada dos intragáveis hits oportunistas e invasores, oriundos da famigerada indústria cultural. E assim, leve consigo e com todos é a Banda. Cantos, danças e cores, exalavam das ruas em forma de sedutora fragrância. Por entre casas e prédios, reverberava o apelo de um alvoroço gostoso e arrebatador que de assalto nos tirou a quietude, nos tragou indefesos, nos pintou a cara com os matizes da folia e nos lançou às ruas para a liberdade plena, sem amarras, sem, porém, nos avalizar atos desmedidos. Iam-se as horas, aproximava-se o início do desfile.
A capital se adornava e exibia a face diferenciada pelo ressalte dos balangandãs da época. Fantasias, máscaras, perucas, apitos, chupetas, dentre outros adereços e penduricalhos, fazem das esquinas o grande salão onde se dá o avant premier do gigantesco bloco, um verdadeiro show room da invencionice e do imaginário folião. Nesses recantos um balé sem encomenda sincronizava a cidade para um mesmo ato, o esperado desfile da magestosa diva do nosso imaterial cultural, leia-se: a Banda do Vai Quem Quer. Parece até que os carros, os postes, as casas e as pessoas combinaram as fantasias.
A cidade, sem por favor, conhece, reconhece, gosta, quer e ama a Banda. Isso justifica, constrói e solidifica o imaterial cultural, faz-se então a história. A Banda é prá Porto Velho, assim como é Zé Pereira para o próprio carnaval: um, a cara do outro! O metabolismo urbano da cidade porto, neste sábado, desde as horas primeiras, é um frenesi que aponta a mágica seta do querer manifesto indicando pro local de convergência, o ponto de saída do imenso cordão.
Nesse diapasão, todos rumam para o epicentro do maior carnaval da região. A banda está em tudo e em todos. Os que nela brincam, brincam com ela, pra ela, por causa, dela. Os que se afastam, se afastam dela, os que fogem, fogem dela! As ruas Carlos Gomes, Duque de Caxias, 7 de setembro e arrabaldes, desde cedo, são artérias entrecortadas por foliões dos longes sul, norte, leste e do próprio centro da cidade.
São os milhares de consangüíneos da folia, os conterrâneos e filhos da pátria de Zé Pereira (O Rei da Folia) que peregrinam para o grande cortejo. E se chover? Que chova! A chuva até pode vir em pouca ou muita quantidade. E se fizer sol? Que faça sol! O sol, por entre nuvens, pode aparecer brando. Com céu limpo ele será escaldante de arder na, pele até que venha o anoitecer. Certo mesmo é que, quando os clarins da banda se fizerem ecoar, a cidade, chova ou faça sol, terá o seu termômetro pontuando na exata medida da pulsação da Banda. E quando isso acontecer estaremos aos milhares, dançando e cantando com a banda, interagindo com a cidade e seus espaços num exercício de liberdade e cidadania, cultural. Seremos um enorme filão que serpenteará o centro da cidade pra provar que a banda não a é, nós – o povo – que a somos. E nessa de “eu não vou, vão me levando”, brinquemos todos com alegria e segurança porque a Banda já vai sair afinal, “chegou recado pra gente, ordem que vem lá do céu, solta a banda seu maestro e bate povo na palma da mão, canta canta Porto Velho, tributo ao Mestre Manelão! Bom carnaval!
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