Rondônia devia voltar a ser Território – Por Professor Nazareno

Rondônia devia voltar a ser Território – Por Professor Nazareno

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Foto: Divulgação

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No cenário nacional, que já é uma grande porcaria, Rondônia não representa absolutamente nada. Deve constar nesses manuais de turismo que se trata de uma província atrasada, velha e sem futuro. Localiza-se no fim do Cerrado e começo da Amazônia, ou vice-versa, e por isso mesmo não é uma coisa e nem outra, pois está imprensada entre o Mato Grosso e a Bolívia. E isso é fato, pois com uma área geográfica menor do que três por cento do total do Brasil, com 0,8 por cento da população nacional e menos do que isso de participação na parcela do PIB, muita gente otimista e desinformada ainda insiste em chamar este inútil espaço geográfico de Estado. Antes de ser Território Federal por 38 anos, isso aqui pertencia às terras do Mato Grosso e do Amazonas e sempre para atender às necessidades dos outros, foram redesenhando o lugar conforme gosto e interesses alheios. Primeiro, foi Território do Guaporé, pouco tempo depois Território de Rondônia e por fim, Estado de Rondônia.
Por conta destes números estatísticos pífios e totalmente desprezíveis, a pomposa transformação do antigo Território de Rondônia em Estado há exatos 30 anos deveria ser repensada. Além de servir como uma espécie de castigo para os rondonienses que lutaram pela emancipação política e que depois não souberam administrar corretamente as suas terras, o fato poderia trazer inúmeros benefícios para todos os habitantes locais. A começar pelo excelente motivo de não termos uma Assembléia Legislativa. Mas que maravilha e quanto dinheiro poupado: nos Territórios não havia Assembléias Legislativas e por isso não tínhamos passado o vexame de ver escândalos divulgados nacionalmente como a Operação Dominó da Polícia Federal. Uma terra sem nenhum Deputado Estadual é o protótipo do paraíso, uma espécie de Éden. Senadores, nenhum. O Brasil jamais saberia que por aqui alguns tipos de políticos ainda defendem de forma medieval o uso de chicotes para punir presos comuns.
Outra coisa muito boa também seria o fato de não termos o desprazer de possuir uma universidade federal como a Unir. Talvez tivéssemos extensões das boas universidades do país uma vez que lugares exóticos sempre interessam a universitários. Teríamos também bem menos feriados, já que os rondonienses comemoram o dia do seu Estado em duas datas. Em vez de 22 de dezembro e 04 janeiro, apenas o 13 de setembro. Duvido que como um simples Território, o restante do país se interessasse por fazer hidrelétricas para estuprar o nosso já combalido meio ambiente. A capital, infelizmente, seria ainda Porto Velho, que foi apontada recentemente pelo Instituto Trata Brasil como a cidade mais suja e imunda do país com apenas 1,2 por cento de saneamento básico e menos de 3% de água tratada. Com a “elevação” do Estado à condição de Território, o futebol vibrante que tínhamos antigamente voltaria a encantar os torcedores. Com menos gente nas ruas, trânsito caótico e violência, nem existiriam.
Na onda do politicamente correto de que quanto menor o número de políticos, melhor para todos, só elegeríamos dois Deputados Federais. Nada de aumentar, a contragosto da população e com a estranha conivência do Poder Judiciário, o número de deputados ou vereadores. O Governador, mesmo numa democracia, escolheria o Prefeito da Capital: “Não concluiu todas as obras que prometeu, troca-se por outro que cumpra”. Poderíamos seguir as mesmas leis da Constituição Federal e a TV Allamanda, por exemplo, que não existia na época do Território, não poderia censurar nenhum jornalista apenas por conveniência própria, já que a liberdade de expressão é comum no Brasil inteiro. Talvez nem tivéssemos um Hospital como o João Paulo Segundo com as suas terríveis cenas de filme de terror de quinta categoria. O ruim disso é que nenhuma emissora de televisão de fora poderia noticiar o que todo mundo já sabia. Não teríamos também o arraial Flor do Maracujá nem os malditos carnavais fora de época. Até o salário dos professores era infinitamente maior naquela época e todo mundo sabe disto.
No Território, mesmo com incentivos oficias como na época do saudoso Teixeirão, as queimadas diminuiriam, a poluição seria menor e não haveria tanta ganância por terra e por gado para abastecer de carne boa e barata o restante do país. Poderíamos até pescar Jatuaranas no Cai N’água e com toda a certeza nem presídios federais teríamos. Os piores bandidos do Brasil ficariam por lá mesmo. “Rondônia, uma estrela a menos no azul (ou acinzentado céu) da União” seria o bordão cantado por todos. O hino, embora feio e sem graça, poderia ser o mesmo que sempre se cantou por estas bandas. Ou então adotaríamos “Novos Céus” do professor Carlos Moreira. Seríamos bem mais felizes. Por isso, deveríamos lutar para que Brasília nos adotasse por mais um tempo. Como Território, seria normal que políticos vindos de fora e alheios à nossa realidade nos administrassem. Na próxima reforma da Constituição, os nossos políticos deveriam propor esta mudança para o bem de todos os que nascemos aqui ou adotamos esta maravilhosa terra para viver. “Queremos voltar a ser Território”.
*É Professor em Porto Velho (http://blogdotionaza.blogspot.com)
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