Osama Bin Laden, a Amazônia e o Onze de Setembro – Por Professor Nazareno*

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Foto: Divulgação

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Os Estados Unidos anunciam ao mundo que, enfim, mataram o inimigo público número um do país: o mega-terrorista Osama Bin Laden. Dez anos após os espetaculares atentados terroristas que dizimaram as torres gêmeas do World Trade Center e danificaram parte do Pentágono provocando a morte imediata de quase três mil pessoas em pleno solo norte-americano, o Governo dos EUA, capitaneado agora por um negro de origem muçulmana, tenta convencer a opinião pública mundial de que o fim desta caçada e a conseqüente vitória dos americanos, foi um dos maiores feitos do atual Governo. Ledo engano. A forma de como foi obtido este propalado êxito, apenas dá a certeza de que os métodos ainda vigentes na Casa Branca estarrecem o mundo globalizado e não ensina nada a ninguém. O ex-terrorista foi assassinado da maneira mais cruel e desumana possível.
            As Forças Armadas dos Estados Unidos invadiram um país soberano para assassinar a sangue frio um homem já velho, cansado, desarmado e vivendo pacificamente no seio de sua família. Sem nenhum tipo de clemência, homens bem treinados e fortemente armados dispararam na cabeça do velho saudita decretando a sua morte imediata, conforme dizem os relatórios. Além do mais, a forma absurda de como conseguiram pistas e informações do velho terrorista é de espantar o mundo: foi por meio de torturas a inimigos, pessoas suspeitas e presos na base de Guantánamo e em cadeias comuns dentro do próprio país que eles chegaram ao paradeiro numa remota cidade do Paquistão. Trocando em miúdos: o desrespeito às leis internacionais e aos mais consagrados códigos de postura ética foi violado constantemente pela maior potência da atualidade para atingir os seus sórdidos objetivos.
            Os Estados Unidos fizeram por merecer o episódio de dez anos atrás. Sua política externa nunca poupou a vida de ninguém. Desde as duas grandes guerras mundiais, passando pela Guerra Fria, Guerra do Vietnã, Guerra da Coréia, Golpe de 1964 no Brasil, Guerra ao Terror, Guerra do Golfo e tantas outras guerras em que sempre estão ou estiveram envolvidos, os norte-americanos jamais demonstraram qualquer sentimento de culpa ou de solidariedade a qualquer povo ou nação. O onze de setembro foi apenas uma das colheitas malditas que eles próprios semearam. Uma guerra pelo menos por ano é a cota de que a poderosa indústria bélica daquele país precisa para continuar vendendo seus modernos armamentos. Por isso praticamente todo presidente eleito dos EUA, mesmo os que ganharam o Nobel da Paz, “inventa” a sua guerra. Exemplo disso é a atual intervenção militar internacional na Líbia.
            Mas se no atual mundo globalizado não deve haver mais espaço para uma política externa francamente agressiva como a dos Estados Unidos, também não se pode conviver nem tampouco aceitar o fundamentalismo islâmico e a sociedade pregada pelos radicais do Talibã. As massas pedindo democracia no Mundo Árabe são um exemplo claro de que as coisas podem estar mudando e para melhor. Um escândalo absurdo o Secretário Geral do ONU, Ban Kee-Moon, comemorar o feito assim como os norte-americanos saírem às ruas para enaltecer a morte do inimigo. Neste caso não houve Justiça, apenas vingança. Foi esta a lição. E não se podem plantar as bases para uma sociedade mais justa se as ações forem apenas baseadas na lei de Talião. Para evitar massacres como os temíveis carros-bomba que fatalmente já estão explodindo mundo afora e matando centenas de inocentes, o bom senso determinaria que o terrorista devesse ter sido capturado vivo, tivesse o amplo direito de defesa, fosse levado a julgamento, condenado e finalmente executado pelos Estados Unidos. Tudo dentro da lei.
            A tortura deve ser um instrumento amplamente condenado por todas as nações livres do mundo. No Brasil, por exemplo, é crime hediondo, embora tenha sido amplamente ensinada a nós pelos Estados Unidos durante a Ditadura Militar. Assim como toda e qualquer forma de preconceito, discriminação e intolerância para com o próximo deve ser também exterminada do convívio social nas nações modernas. Agindo assim, os Estados Unidos deram uma péssima lição ao mundo globalizado. E talvez tenham deixado claro que por tolos motivos podem intervir em qualquer lugar do planeta se assim julgar conveniente. As queimadas na Amazônia durante o verão podem servir de desculpa para os Tomahawk caírem por aqui. Esta região sempre foi alvo da cobiça internacional e pode ser o ovo da serpente, que se bem adubado, terminaria em tragédia para nós. Por isso, erraram os Estados Unidos e erraram também os radicais islâmicos. Foi a clássica história do sujo falando do mal lavado. O mundo globalizado não precisa de mais guerras e bombas, mas de uma convivência pacífica e harmônica. Difícil será ensinar esta lição aos nossos primos do Norte. Ou então para os extremistas islâmicos.
 
 
 
 
 
*É Professor em Porto Velho.
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