Indubitavelmente, de todos os problemas que angustiam a vida da população rondoniense, especialmente das camadas mais desvalidas da sociedade, o aspecto segurança pública tem sido um dos mais enfocados e exigidos.
A cada atrocidade cometida, a sociedade revela todo o seu inconformismo com o atual sistema de segurança, pois, para algumas pessoas, os descalabros que, atualmente, a sociedade vê-se compelida a enfrentar, sem nada de precípuo ser determinado, evidencia a falência parcial de um setor essencial à vida da população.
Começou a briga por cargos no governo Confúcio Moura. É de esperar-se que o novo comandante-em-chefe do estado de Rondônia, que assumirá o timão da nau, a partir de 1º de janeiro, escolha para comporem sua equipe de auxiliares pessoas competentes e probas, especialmente para as pastas da segurança pública, saúde e educação, não se deixado seduzir pelo canto de sereia da politicagem.
Os crimes, as agressões, os assaltos, assassinatos e outras práticas delituosas estão na ordem do dia. É só assistir aos programas especializados, dentre eles, o Comando Policial, apresentado pelo competente jornalista e vereador Marcelo Reis, e o Ronda Policial, muito bem comandado pelo diligente e sério radialista Augusto José, para se ter uma idéia do aumento da violência, especialmente na capital.
Calcula-se que, de janeiro a outubro deste ano, houve um aumento de, aproximadamente, setenta por cento nos índices de homicídios, latrocínios, assaltos, roubos e furtos, comparado com o mesmo período do ano passado.
A polícia militar até que se tem esforçado para dá conta do recado, mas não tem conseguido. São muitos os facínoras para um contingente policial exíguo e uma estrutura defasada.
Enquanto isso, a população permanece insegura, temendo a ação dos marginais, que aproveitam o caos para agirem nas ruas e residências. É o salve-se quem puder. Na ausência do estado, há os que se aproveitam para fazerem justiça com as próprias mãos.
Para piorar esse quadro dantesco, a polícia civil resolveu entrar em greve, alegando a retirada de direito adquirido. Nada mais legítimo. Pena que a corda acaba sempre arrebentando do lado mais fraco, ou seja, o da sociedade, que paga um cipoal de impostos para não ter acesso a serviços de qualidade, os quais, por imperativo constitucional, deveriam ser prestados pelo poder público.
Mas nem tudo está perdido. A partir de janeiro, todos os problemas serão solucionados. Não haverá greve na educação, na saúde e na segurança pública. Os hospitais da rede pública serão equipados com equipamentos modernos e os profissionais desses e de outros setores serão valorizados e receberão salários decentes. Pelo menos foi essa a cantilena pregada durante a campanha eleitoral. Ou não? Enquanto as providências não chegam, vamos rezar. Se possível, de joelhos e com os olhos voltados para o Céu à espera de um milagre.