Na última segunda feira (19/04), quatro trabalhadores foram encaminhados para a Central de Flagrantes da Polícia Militar sob a suspeita de serem os responsáveis pela liderança de um início de revolta instalado no alojamento da Usina de Santo Antônio, que está sob a administração da Construtora Odebrecht.
Segundo os trabalhadores, a forma violenta e transloucada com que a Polícia Militar abordou o alojamento depõem em muito com a aquilo que se espera do setor de segurança pública, que deveria ter como principal objetivo respeitar a lei e os direitos básicos de cada cidadão, ou seja, a integridade de física e moral.
O real motivo de toda essa confusão desnecessária se deu pela inoperância da empresa que deveria já ter instalado um motor estacionário de energia, pois sucessivos eventos de queda energética vinham prejudicando a vida noturna do alojamento Amazonas, recém construído, que retém cerca de quatrocentos trabalhadores.
Que segundo estes, reclamam da falta de iluminação para seus momentos de asseio e principalmente pelo calor provocado durante o período do sono, coisa que já poderia ter sido providenciado pela Odebrecht, mas esta preferiu que a situação se agravasse para solucionar o problema só então, após colocar em risco as vidas de centenas de trabalhadores e ter parte de seu patrimônio depredado pela polícia.
Durante a visita de uma Comissão composta pelo Procurador Chefe do Ministério Público Federal do Trabalho, Dr. Francisco José Pinheiro Cruz, pelo presidente CUT/RO, Itamar Ferreira, e parte da diretoria do STICCERO – Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Rondônia, onde foram ouvidos os relatos unânimes de que a Polícia foi quem depredou a maior parte da portaria e que os trabalhadores apenas tentavam se defender com pedras de tiros e bombas de efeitos.
Mas, como já se tornou rotina nos noticiários da capital, parece que a Polícia Militar adotou como via de regra a força bruta contra qualquer cidadão, independente de credo, posição política ou categoria social, percebe-se que a ordem é atirar primeiro e justificar depois.
Nos últimos meses assistimos jogadores de futebol, professores, vereadores, moradores de assentamento, cidadãos comuns e até crianças sendo atingidas por gás de pimenta, balas de borracha, bombas de efeito e pancadas de cassetetes.