Projeto apresenta também menor impacto ambiental e entrega da obra um ano antes do que era previsto; Aneel já aprovou nova localização
O projeto de mudança do eixo de barramento da Usina Hidrelétrica Jirau, que está sendo avaliado pelo Ibama, reduz, significativamente, os impactos ambientais, viabiliza a construção da usina em menos tempo e, ainda por cima, barateia o custo da energia para o cidadão.
A Energia Sustentável do Brasil S.A., empresa concessionária responsável pela construção, identificou, depois de muitos estudos, que havia uma outra possibilidade de local para a construção da Usina de Jirau. Os engenheiros da empresa levaram em consideração a obrigação de procurar a melhor solução, mais barata e com menor impacto ao meio ambiente. Assim surgiu a iniciativa de transferir o eixo de barramento da usina.
O local identificado como mais viável para a construção da Usina de Jirau é na Ilha do Padre, que fica a aproximadamente nove quilômetros depois da Cachoeira de Jirau e a cerca de 135 quilômetros da cidade de Porto Velho.
Na região da Ilha do Padre a largura do rio facilita a implantação das principais estruturas do projeto, permitindo colocá-las no leito do rio, o que reduz bastante a quantidade de obras. O escoamento da água, por exemplo, poderá sem feito em um dos canais naturais do rio, sem necessidade de desvia-lo.
O presidente da Energia Sustentável do Brasil, Victor Paranhos, explica que os engenheiros da Energia Sustentável identificaram também que o solo, na Ilha do Padre, tem mais rochas. “Isso contribui para a construção da usina e barateia todo o processo. Além de tudo isso, o novo projeto ainda vai antecipar a geração de energia em um ano”, garante.
Na cachoeira de Jirau seria necessário escavar uma grande quantidade de terra para viabilizar a construção da Usina. “Para você ter uma idéia, o total de rocha retirada daria para encher 72 vezes o Estádio do Maracanã. Esse volume iria aterrar uma área de 13 quilômetros quadrados”, explica Paranhos.
A redução no volume de escavação possibilitará, também, a conservação de uma maior porção de floresta no entorno do canteiro de obras, assim como, terá um menor impacto à ictiofauna, ou seja, aos peixes do Madeira. Além disso, no Plano Básico Ambiental apresentado ao Ibama pelos empreendedores constam, ainda, as compensações sociais às comunidades afetadas, como, por exemplo, as pessoas que moram no distrito de Mutum-Paraná, a 168 quilômetros de Porto Velho.
Será construída uma nova sede para o distrito de Mutum-Paraná, que terá, segundo o projeto, sistema de coleta e tratamento de esgoto, sistema de abastecimento de água, coleta e tratamento de lixo, drenagem e pavimentação urbana, áreas verdes, escolas, postos de saúde e áreas de lazer. Além de um programa de saúde pública para o controle de malária.
Reunião Pública apresenta benefícios
É exatamente para explicar tudo isso, que o Ibama convocou e vai coordenar uma Reunião Pública para que a Energia Sustentável do Brasil, através de seus técnicos e os estudos aprofundados, mostrem à sociedade quais os benefícios do projeto de mudança. O evento é gratuito e será realizado hoje, às 19h, no salão Nautilus, no Hotel Aquarius, em Porto Velho. Lá de Mutum, que receberá grande número das compensações sociais e ambientais da obra, vêm cerca de 150 pessoas, só nos ônibus que a Energia Sustentável do Brasil colocou à disposição da comunidade para que todas possam participar da reunião.
“Nós estimulamos a comunidade porque é importante para todos nós sabermos mais sobre o futuro dessa região e o que o Brasil e o povo de Mutum têm a ganhar com essa usina”, disse o professor Nélio Veríssimo, que é o presidente da Associação dos Moradores e Ribeirinhos de Mutum-Paraná (Amorimp).
Alem da comunidade onde o Nélio mora, outras localidades da região estarão representadas na reunião. “Vai ter ônibus também em Fortaleza do Abunã, Abunã, no Palmeiral, Embaúba, Ilha do Padre e Jaci-Paraná”, listou Nélio, ao reforçar a importância de todos participarem desta discussão. “É o futuro da gente”, frisou o líder comunitário. Ao todo são 14 ônibus divididos nessas comunidades.
Essa reunião pode ser o último passo antes que o Ibama conceda a licença para as obras tenham início em Jirau. No último dia 3, o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por meio de ofício, eu parecer favorável à mudança proposta pela Energia Sustentável. O documento assinado pelo presidente da agência reguladora, Jérson Kelman, foi conclusivo em relação aos benefícios do projeto apresentado pelo consórcio composto por Suez Energy, Chesf, Eletrosul e Camargo Corrêa, que formam a Energia Sustentável do Brasil S.A.