ARTIGO - Sobrinho versus Araújo – Por Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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Termina, nesta sexta-feira (10), o prazo dado pelo prefeito Roberto Sobrinho ao deputado estadual Valter Araújo (PTB) para que apresente provas de que ele, Sobrinho, teria abocanhado um suborno de três milhões de reais do grupo Ancar, para beneficiar o Porto Velho Shopping. Se o parlamentar conseguir provar o que afirmara, na semana passada, da tribuna da Assembléia Legislativa, em discurso eivado de demagogia, o prefeito garante que renuncia. Agora, se Araújo não conseguir sair das densas névoas do denuncismo para a acusação fértil e consistente, corre o sério risco de cair no ridículo perante a opinião pública e, o que é pior, de ver alargar-se ainda mais o fosso que o separa de seu eleitorado, sobretudo, depois que resolveu vestir os farrapos de neo-ambientalista, para tentar brecar a construção do shopping canadense, numa clara manifestação de descompromisso com o desenvolvimento do município e, consequentemente, com o bem-estar de seu povo. Um petista graduado, no entanto, disse não ter nenhuma dúvida de que Araújo está blefando. “Ele não vai conseguir provar nada contra Sobrinho”, espinafrou, e, de quebra, o acusa de escudar-se no manto da imunidade parlamentar, para fazer acusações levianas, buscando, destarte, aparecer aos olhos dos desavisados como paladino da moralidade pública e ambientalista de carteirinha, quando, na verdade, tudo não passa de teatralismo barato. Nesse caso, nada impede que o prefeito abra seu sigilo bancário, de parentes e assessores próximos. Assim, colocar-se-ia um ponto final na contenda. Entretanto, até que se descubra o paradeiro de toda essa dinheirama, que Araújo garante ter sido recebida por Sobrinho, muita água pútrida deverá escorrer pelas ruas e avenidas da capital. Lamentavelmente, a utilização de artifícios, que impedem a apreciação dos fatos, não é tudo quanto tem ocorrido, nesse episódio, carregado de ingredientes próprios à imaturidade política, de ambos os lados. Enquanto isso, quem vem sendo penalizada, com esse tiroteio improdutivo, é a população, cujos interesses em nada se coadunam com os vícios e as mazelas que maculam a vida política rondoniense. Ao mesmo tempo em que escondem os seus erros, por muitos conhecidos, e disfarçam as prerrogativas e privilégios escusos e injustificáveis de que sempre desfrutaram, os fariseus da politicagem esquecem-se de que o mandato político é conferido para buscar o bem comum, é não para ser transformado em instrumento da própria vaidade, para saciar seus apetites pessoais. De parabéns, portanto, o morador do conjunto 4 de Janeiro, que, em matéria publicada no jornal eletrônico o Observador, lançou a idéia de se fazer uma manifestação pública contra os neo-ambientalistas, que não querem o desenvolvimento da capital, mas sim, salvaguardar privilégios inconfessáveis. Eis aí, um imperativo inevitável. Sofrida e traída, a população já compreendeu que políticos desse jaez não têm projetos definidos para mudar o atual quadro social, que só fazem desagregar e destruir. Por isso, chegou o momento de o povo conduzi-los ao sarcófago da história.
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