Nesta segunda-feira, 11 de junho, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos – Cebraspo, em parceria com diversas entidades estudantis estará realizando um Ato com as vítimas do conflito de Corumbiara, ocorrido há quase 12 anos. Na madrugada do dia 9 de agosto de 1995, a PM e jagunços invadiram a fazenda Santa Elina, local onde estavam acampadas cerca de 600 famílias de camponeses. Antes, porém, a PM já tinha negociado a saída com as famílias, mas de forma traiçoeira iniciou o conflito de madrugada. Os camponeses, em legítima defesa, empunharam uma resistência para evitar mais mortes. O resultado: mais de uma dezena de mortos, inúmeros torturados, feridos e vários desaparecidos.
O Conflito de Corumbiara foi conhecido no mundo inteiro pela sua barbaridade e pelos requintes de crueldade impostos pela PM e por jagunços. Anos depois, os mandantes foram absolvidos e os camponeses foram condenados, em uma das maiores aberrações da história jurídica brasileira. As vítimas até hoje não foram indenizadas e atualmente cobram do governo Lula as indenizações. À época, Lula visitou o conflito e afirmou “se um dia eu for presidente do Brasil, indenizarei todas as famílias e desapropriarei a fazenda Santa Elina, para fins de reforma agrária”. Hoje, os camponeses pretendem ir até Brasília para cobrar de Lula esta promessa.
O Ato de Solidariedade desta segunda-feira ocorrerá no Auditório Paulo Freire, no Campus Universitário da Unir, na BR 364 sentido Rio Branco/AC a partir das 08h30. Entre os presentes estarão o Prof. Dr. Clodomir de Moraes e de Wenderson Francisco dos Santos, o Ruço, camponês absolvido em abril e que esteve preso durante anos sob a acusação desse crime. Ruço deverá agradecer a todos que colaboraram com a campanha pela sua liberdade além de relatar os maus tratos e abusos que sofreu nas prisões.