ARTIGO - O espaço jornalístico tem preço? - Por Giceli Soupinski e Leile Ribeiro

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Foto: Divulgação

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Há mais de 20 dias o principal tema dos mais importantes veículos de comunicação do País tem sido a morte trágica da menina Isabella Nardoni, 5 anos, que foi jogada do sexto andar de um edifício na zona Oeste de São Paulo, onde moram seu pai, Alexandre Nardoni, 29, a madrasta Ana Carolina Jatobá, 24, e os dois meio irmãos menores. O caso é massificado pela mídia. Todos as noites, todos os dias, em todas as emissoras, bancas de jornais e revistas, não há como buscar outro tipo de informação, sem se deparar com matérias e entrevistas apresentando novos elementos e personagens que possam ter qualquer relação, por mais irrelevante que seja, com o ocorrido. Sempre acompanhadas de imagens da menina, do pai e da madrasta, que, para a polícia, são os principais suspeitos do crime. Comportamento semelhante teve a mídia na cobertura do caso do assassinato do menino João Hélio Fernandes, 6 anos, que foi arrastado até a morte pelos bandidos, preso ao cinto de segurança do carro de sua mãe após um assalto, no dia 6 de fevereiro, na zona Norte do Rio, assim como a morte, em 1992, da atriz Daniela Perez, 22, filha da famosa autora de novelas da Rede Globo de Televisão, Glória Perez, assassinada pelo companheiro de elenco Guilherme de Pádua e sua esposa Paula Thomaz, além de muitos outros casos. O fato é que todos os dias, centenas, milhares de crianças e adolescentes são violentados no Brasil, mas como a maioria é de classe social baixa os casos não são divulgados pela mídia. E quando são, não recebem destaque e são deixados de lado rapidamente. Ao contrário dos assassinatos de Isabella Nardoni, João Hélio e Daniela Perez – ambos de famílias de classe média alta – o caso do pequeno Fernando Pego, de apenas 4 anos, que foi espancado até a morte pelo padrasto, Daniel Lopes dos Santos, 27, no distrito de Vista Alegre do Abunã, a aproximadamente 350 km de Porto Velho, em poucos dias caiu no esquecimento da mídia. O padrasto e a mãe do garoto, acusada de acobertar o crime, continuam presos? Que rumo tomou as investigações? A polícia descobriu mais algum elemento que ajudasse na elucidação do caso? Já à época do ocorrido, nenhum veículo de comunicação se preocupou em ir até o distrito tentar coletar mais informações além das que a polícia já havia fornecido. A maioria preferiu se ater ao famoso BO (Boletim de Ocorrência) e sequer citou o nome do pai da criança, que chorava desoladamente na porta do Instituto Médico Legal (IML) enquanto aguardava o corpo do filho ser necropsiado. A morte de Fernando foi menos chocante e cruel que as demais? O fato dos demais casos ter ocorrido nos grandes centros facilitou o trabalho da mídia? Ou a classe social dos envolvidos realmente influencia no trabalho da mídia? Giceli Soupinski e Leile Ribeiro são acadêmicas do 7° período de Comunicação Social – Jornalismo na Uniron
Direito ao esquecimento

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