* Depois de percorrerem as áreas ribeirinhas do Rio Machado e Rio Preto, os 35 profissionais de saúde, componentes da 9ª Expedição Científica realizada em conjunto com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental, a Universidade de São Paulo, a Faculdade São Lucas e Prefeitura Municipal de Porto Velho, em dezembro passado, fizeram uma avaliação dos principais problemas que afligem a comunidade ribeirinha.
* Primeiramente, conforme informou o Coordenador da Expedição Dr. Luiz Marcelo Aranha Camargo, especialista em infectologia, a equipe fez uma investigação das condições de saúde bucal da população, onde foram realizados 67 (sessenta e sete) atendimentos odontológicos; em seguida, foram feitas 192 (cento e noventa e duas) atividades médicas e de enfermagem; e examinadas 39 (trinta e nove) crianças em Demarcação e Rio Preto, entre 3 e 9 anos, onde foi evidenciado a deficiência de zinco e selênio.
*A equipe de fisioterapia participou pela primeira vez das atividades de extensão. Inicialmente havia uma proposta de se mensurar alguns agravos à saúde da população idosa. Foram aplicados questionários e realizados 26 exames complementares para se medir a qualidade de vida, padrão de sono, mapa de dor, fadiga e depressão.
*Num quadro geral, foi evidenciado pela equipe, alguns problemas que estão relacionados diretamente com o modo de vida daquela população que devida à monotonia alimentar, (eles se alimentam de peixe, farinha e café), 38% estão com desnutrição crônica e 2% com desnutrição aguda (fome).
*Outro problema encontrado foi a grande presença da Parasitose Intestinal, causada pelo verme Capillária hepática, onde os ovos são encontrados nas vísceras da paca e da cutia (a população ao se alimentar dos miúdos desses animais, acaba sendo contaminada). Das trezentas pessoas examinadas, 35% está positivo para esse verme, que causa lesão hepática (hepatite), podendo levar ao óbito, em alguns casos por destruição maciça do fígado.
*De acordo com o Dr. Marcelo, 13 pessoas foram fortemente positivas, - elas estarão sendo trazidas em fevereiro para Porto Velho para realização de exames adicionais, devido à gravidade da lesão-. O tratamento a base de Albendazol, leva em torno de três meses.
*Outro fator importante que deve ser destacado é a consciência ambiental. Nesse sentido, de acordo com o Secretário da SEDAM Augustinho Pastore, a SEDAM estará sempre presente junto às comunidades ribeirinhas fazendo um trabalho de educação ambiental, objetivando conscientiza-las da importância do meio ambiente para sua própria subsistência, pois a situação dos recursos naturais no globo nos desafia a preservá-los, possibilitando assim, um desenvolvimento social justo, permitindo que as sociedades humanas atinjam uma melhor qualidade de vida em todos os aspectos.
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