Não é de hoje que se tem chamado a atenção das autoridades para os freqüentes pegas que vêm ocorrendo na Estrada do Aeroporto, nas madrugadas dos feriados e finais de semana. A impressão, no entanto, é a de que se está falando a ouvidos moucos, uma vez que ninguém se dispôs, até o momento, a resolver o problema.
Agora, é a vez de o jornalista Paulo Andreoli, em seu Blog, colocar o dedo na ferida, mostrando, inclusive, fotos dos carrões envolvidos nos rachas. São cenas de brutal desrespeito às leis, às autoridades e, principalmente, à própria vida e à do semelhante.
Foi-se o tempo em que a palavra da autoridade, uma vez dita, mesmo sem rompantes de autoritarismo, mas com o calmo anunciado das coisas que eram vedadas a fazer, em respeito à lei e às normas vigentes, valia para todos. Até porque leis e autoridades eram personalidades jurídicas para serem cumpridas, e não apenas levadas no deboche.
Nas noites de sábado e domingo e nos feriados, filhinhos de papai extravasam sua bestialidade, promovendo pegas, em carrões de luxo (envenenados), na Estrada do Aeroporto, sem serem incomodados.
Curiosamente, não passa uma viatura da Polícia Militar no momento em que os alienados estão transformando parte daquela pista em território livre, onde impera, apenas, a boçalidade irracional de energúmenos para os quais a vida não passa de um papel inútil que se joga na lata do lixo.
É de perguntar-se, contudo, aonde andam os irresponsáveis pais dessas criaturas, que, pilotando suas máquinas envenenadas, expelem de dentro de si os piquets e os sennas frustrados que têm enrustidos e passam a realizar as demonstrações mais incríveis do seu exibicionismo doentio?
Desapegados de suas próprias existências, que, até agora, não encontraram finalidade maior que não seja a de viver das benesses dos desatentos pais, que não procuram nem saber quais os tipos de crimes que seus pimpolhos vêm praticando nas madrugadas, os alienados nutrem o mais completo desprezo pela vida alheia, pouco lhes importando matar ou mutilar pessoas, no seu afã de mostrar que são ases do volante.
Até hoje, não se tem noticia de que ninguém tenha sido punido. É difícil conciliar uma imagem da capital com cenas deprimentes. Não dá para aceitar calado. Lamentavelmente, somente as autoridades não vêem isso. É muita omissão!