O Ibama e o Consórcio Furnas-Odebrecht realizaram nesta quarta(29), em Abunã, a terceira audiência pública para discutir os efeitos, na região, das duas usinas hidrelétricas que serão construídas no Rio Madeira. A reunião contou com ampla participação da comunidade local. Mais de quinhentas pessoas compareceram e questionaram os empreendedores e as autoridades, dando-lhes a oportunidade de apresentar as medidas projetadas para atenuar os impactos negativos e potencializar os positivos da obra.
*Como nas audiências anteriores, em Jaci-Paraná e Porto Velho, as preocupações principais da comunidade giraram em torno dos sedimentos, da preservação dos peixes, da prioridade à população local nas contratações de trabalhadores e das indenizações às famílias atingidas pela inundação decorrente do represamento do rio.
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BOLÍVIAGERAÇÃO DE EMPREGOS
* Sobre o tema da geração de empregos, o diretor ambiental da Odebrecht, Sérgio Leão, afirmou que “a capacitação da mão-de-obra local começará imediatamente após a definição do consórcio vencedor no leilão que acontecerá após a emissão da licença ambiental prévia. Sobre a ictiofauna, a superintendente de gestão ambiental de Furnas, Norma Vilella, informou que “serão construídos mecanismos para permitir a passagem dos peixes que já sobem hoje as cachoeiras de Santo Antônio, Teotônio e Jirau”.
*EFEITOS NEGATIVOS
*Os representantes dos empreendedores esclareceram também que não haverá qualquer efeito negativo sobre o uso da água, pois o projeto foi concebido para garantir os seus usos múltiplos, não havendo qualquer possibilidade de escassez de água. “Infelizmente, membros de algumas Organizações Não Governamentais, representadas na audiência inclusive por lideranças estrangeiras, e de alguns movimentos sociais contrários ao projeto retiraram-se no meio da audiência pública depois de ter registrado em vídeo apenas os discursos que lhes interessavam, com ataques ao projeto”, protestou Samuel Pessoa da Silva, coordenador de políticas públicas para a juventude da Prefeitura de Porto Velho.
*Para Silva, é preciso entender que o debate sobre a construção das usinas passa por uma questão política. “Brecar a construção das usinas é ir contra o projeto de desenvolvimento que foi reafirmado na reeleição do presidente Lula”, disse Silva.