Madeireiros de praticamente todo o estado se reuniram ontem no salão de convenções da Casa da Indústria, sede da Federação das Indústrias de Rondônia – Fiero – para discutir novos mecanismos implantados ou em implantação, que influenciam diretamente no desempenho do setor. Coordenado pela Câmara Setorial da Madeira, organismo da Fiero instituído para prestar consultoria à base da indústria madeireira, o evento reuniu técnicos do Ibama local e nacional.
*O coordenador da Câmara Setorial da Madeira, José Marcondes Cerrutti, lamentou a ausência do gerente regional do Incra, Olavo Nienow, que deveria falar sobre uma instrução normativa instituída, em tese, para facilitar a realização de planos de manejos em áreas cujo proprietário não detém o título definitivo, apenas o documento de posse, mas que na verdade faz tanta exigência, uma lista de quase trinta documentos, que acabou trazendo maiores dificuldades ainda.
*A assessoria de Nienow informou que ele havia viajado e seus subordinados não quiseram enviar algum técnico que pudesse prestar esclarecimentos.
*Com relação ao Ibama, cuja dúvida maior é a implantação do Documento de Origem Florestal – DOF – em substituição a Autorização para Transporte de Produtos Florestais – ATPF – o órgão enviou seu diretor nacional de Florestas, Antonio Carlos Hummel, para prestar os esclarecimentos.
*Segundo ele, a principal vantagem é acabar com a vulnerabilidade da ATPF, que é facilmente falsificada. Segundo ele, o grande diferencial é o sistema informatizado. Tanto a emissão quanto a fiscalização é feita pelo computador.
*“O DOF acaba com a conferência visual”, explica Hummel, acrescentando que com o ‘pacto federativo’, a Sedam também fará a fiscalização conjuntamente com o Ibama. O sistema, garante Hummel, “é tão transparente que qualquer cidadão tem acesso para conferir se um documento é ou não verdadeiro”.
*O Ibama, segundo ele, está adquirindo vários lotes de ‘autotrac’, ‘palm-top’ e computadores para equipar as equipes de fiscalização de forma que “de qualquer parte do planeta a fiscalização pode ser feita via satélite. Além disso, temos um serviço gratuito de telefone 0800, que também pode seu usado na fiscalização”, explica.
*A aceitação, segundo ele, tem sido excelente. “Primeiro porque o DOF é gratuito. Como qualquer boleto bancário, é só entrar na internet e imprimi-lo. A ATPF custava R$ 10”, diz ele, acrescentando que o DOF “será um marco zero, um divisor de água. O mercado madeireiro será marcado antes e depois dessa nova modalidade. A partir dela, teremos condições de separar o joio do trigo”, diz ele numa referência a empresários que insistem em operar na clandestinidade.