O projeto “Se a vida ensina, eu sou aprendiz” teve início em 2014 e vem alcançando números surpreendentes
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Jovens em cumprimento de medida socioeducativa que integram o Projeto “Se a vida ensina, eu sou aprendiz”, do Poder Judiciário de Rondônia, e frequentam curso profissionalizante na Emeron, tiveram uma aula especial no quarta-feira, 31 de outubro. Eles participaram da Oficina de Xadrez com o Bicampeão Estadual e Presidente da Federação Rondoniense de Xadrez, Gualter Amélio de Oliveira.
A oficina foi viabilizada por meio de parceria entre a Escola da Magistratura do Estado de Rondônia (Emeron) e a Federação, que ofereceu todo o material usado na aula. “É uma honra para mim estar aqui e ter essa experiência, que tem tudo a ver com o que a Federação está buscando: divulgar a prática do xadrez e usá-lo como ferramenta de transformação pessoal”, afirmou Gualter.
Antes de conhecer e aprender sobre o enxadrismo, os jovens participaram de uma dinâmica, promovida pelo servidor da Emeron e também instrutor da oficina Eduardo Ribeiro. Aleatoriamente, alguns dos jovens recebiam uma caixa com um desafio, que poderia ser aceito ou negado e realizado individualmente ou compartilhado entre os demais. A intenção era estimular a integração e a compreensão da importância do trabalho em equipe e do espírito esportivo.
Iniciando a oficina, Gualter apresentou a história do xadrez e explicou aos novos alunos os benefícios físicos e comportamentais do esporte. Gualter contou que o enxadrismo “pode ser considerado uma ginástica para o cérebro, prevenindo doenças como o Alzheimer”, e que também estimula o pensamento analítico, a criatividade e, com isso, melhorar o planejamento, a tomada de decisão e a capacidade de resolver problemas.
“O xadrez é como a vida. Se você escolhe uma jogada ruim, você pode perder o jogo, mas o tabuleiro sempre tem outras alternativas. Talvez você não pensou o suficiente para fazer aquela escolha”, afirmou aos alunos, ressaltando a necessidade de a tomada de decisão ser melhor pensada e baseada nas situações, ou no caso, nas peças do jogo, apresentadas.
“A ideia de trazer conteúdos multidisciplinares, como o xadrez, além da formação técnica, se encaixa perfeitamente no objetivo do projeto, que é promover um espaço de aprendizado de novas posturas, para que esses adolescentes saiam da internação não apenas com conhecimento técnico para conseguir um emprego, mas com saberes e valores para se posicionar frente aos desafios que a vida traz”, afirmou a Diretora Pedagógica da Emeron, Ilma Brito.
Se a vida Ensina
O projeto “Se a vida ensina, eu sou aprendiz” teve início em 2014 e vem alcançando números surpreendentes, por isso chamou a atenção de estado vizinho. Mais de 800 adolescentes se formaram em cursos profissionalizantes. Desses, 400 tiveram admissão garantida em empregos como aprendizes.
De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, “Aprendiz é o maior de quatorze anos e menor de vinte e quatro anos que celebra contrato de aprendizagem”. É o que também diz o Decreto 5.598, de 1º de dezembro de 2005, um dos vários itens da legislação aplicável utilizada para embasar o projeto.
Muitos jovens se envolvem em infrações em face de se encontrarem na hora errada, com a pessoa errada, geralmente por influências ou situações mais presentes em sua vida do que o que se considera ideal em termos de educação escolar e familiar. É a vulnerabilidade social a que muitos estão sujeitos, seja pela ausência dos pais que precisam trabalhar ou pelo convívio diário com pessoas e ambientes inadequados para o incentivo de bons costumes. Daí, surge o ato infracional, e com ele, um adolescente correndo o risco de perder definitivamente a sua dignidade, fruto do desenvolvimento físico, moral e psicológico.
A Emeron se tornou parceira do projeto e a partir de outubro passou a oferecer profissionalização e formação aos jovens em cumprimento de medidas socioeducativas. Ao todo ,21 adolescentes terão aulas matutinas na Emeron três vezes por semana, de informática básica, produção literária, oficina de teatro, além de palestras motivacionais, rodas de conversa com juízes e outras atividades.
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