A proposta foi mostrar a relevância das literaturas de escritoras negras e indígenas na construção de um saber mais plural, ético, democrático e diverso na educação escolar do Brasil
Foto: Divulgação
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Quantos livros de escritoras negras e indígenas você já leu? Estudantes do curso de Letras Português (UNIR) promoveram, na quarta-feira, dia 26 de novembro de 2019, um minicurso sobre a leitura da literatura produzida por mulheres negras e indígenas: a escrita feminina, em Porto Velho-RO.
O minicurso foi uma parceria de dois projetos de extensão da Universidade Federal de Rondônia, o Seminário Permanente sobre Ensino de Línguas e Literaturas (SEPELIL) sob a coordenação da Profª. Drª. Ana Maria Aguilar (DALV/UNIR), e o projeto Lendo Mulheres Negras e Indígenas nas Escolas de Porto Velho-RO coordenado por Patrícia Pereira e Beatriz Lima, uma parceria que contou com a participação especial da escritora indígena Julie Dorrico, também Doutoranda em Teoria da Literatura (PUCRS).
Na fala da Profª. Ana Maria Aguilar: “(re)aprendemos sobre literatura de autoria feminina. O minicurso mostrou com dados históricos e literários o valor, a importância e a riqueza da Literatura escrita por mulheres, especialmente a Literatura de autoria de mulheres Negras e Indígenas. O minicurso foi tão bom que as horas passaram voando. Considerei um privilégio ouvir e aprender com as convidadas do Grupo LMNI”.
A proposta foi mostrar a relevância das literaturas de escritoras negras e indígenas na construção de um saber mais plural, ético, democrático e diverso na educação escolar do Brasil. Dessa forma, colaborar para que escritoras Negras e Indígenas possam ser lidas e conhecidas por graduandos e docentes da Universidade e da Educação Básica.
No minicurso, um pouco da história das mulheres na literatura foi explanado pela graduanda Veranilce Marialva; e também um relato de experiência em sala de aula e a organização do sarau com a educação infantil, pela graduanda Joice Gulla, a partir do livro Flor da Mata da escritora indígena Graça Graúna.
Para Patrícia Pereira (coordenadora do projeto LMNI e graduanda em Letras Português): “considero um movimento pioneiro na UNIR, não lembro de ter participado de algo parecido, no curso de Letras Português lemos poucas escritoras e teóricas, muito menos escritoras negras e indígenas; alguns professores dizem que não precisamos das leis 10.639/2003 e 11.645/2008 para ler negros e indígenas, mas será mesmo? Não basta o racismo estrutural, também vivemos um racismo epistêmico na academia. Ainda bem, que nós, graduandos, nos rebelamos e estamos furando a bolha aos poucos”.
Julie Dorrico, complementa dizendo que: “o minicurso “A leitura da literatura produzida por mulheres negras e indígenas: a escrita feminina” é uma forma de empoderamento para as mulheres leitoras/educadoras/graduandas de Porto Velho. Também um caminho que pode indicar um vislumbre de autonomia por meio da arte para elas. Nesse sentido, minha participação nele, além de contextualizar o movimento literário indígena e mostrar a urgente necessidade de estudarmos a temática como manda a Lei 11.645/2008, procurou por meio de minha própria experiência provar que uma mulher, indígena ou não, também pode ser escritora”.
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