Exposição ‘A Fotografia além das fronteiras visuais’ é destaque no campus Unir
Foto: Divulgação
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Em 2010 o fotógrafo Walteir Costa recebeu uma proposta desafiadora: desenvolver uma oficina de fotografia direcionada a pessoas com deficiência visual. O pedido veio de Alberto Alencar, atualmente vice-presidente da Asdevron - Associação dos Deficientes Visuais do Estado de Rondônia, que acompanhou o projeto iniciado com deficientes auditivos.
A ideia amadureceu e tornou-se realidade a partir de 2013, quando teve início a capacitação de um grupo no CAP/SEDUC - Centro de Apoio para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual. Em 2014 o resultado foi apresentado a sociedade e alcançou seu objetivo: melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência visual. "Trabalhamos a fotografia tanto enquanto comunicação quanto formação. A medida que os deficientes podem se instrumentalizar, se capacitar para acionar maior consistência na máquina, eles estão se comunicando como qualquer um outro, compartilhando esse olhar e podendo também contribuir com sua forma de ver o mundo, como qualquer fotógrafo".
A fotografia vai bem além de ter um equipamento de última geração ou saber utilizar as técnicas de enquadramento e manuseio da máquina. O registro de uma cena revela bem mais que isso, mostra o olhar do fotógrafo sobre o que está sendo registrado e esta concepção de imagem é um dos pontos mais trabalhados durante a oficina.
Para quem participou da oficina foi um processo de descoberta. Walteir fala da evolução durante o curso da teoria até a saída de campo "Até chegar ao enquadramento foram aproximadamente uns seis meses, levamos esse tempo para entender como poderia ser trabalhado o tempo e espaço", conta o fotografo. "A partir de então a fotografia começou a se tornar possível pra eles e começou realmente a acontecer o processo mais organizado, mais elaborado e o diálogo com a construção da própria imagem, quando saímos para campo para buscar imagens no espaço físico do CAP, na Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e no Parque da Cidade", completa.
Para Alberto de Alencar, que propôs o desafio, o resultado foi positivo e já fica na expectativa que o projeto tenha continuidade, pois eleva a auto estima dos participantes. "O deficiente visual é capaz de fotografar e muitas coisas mais", enfatiza Alberto.
Um fotovaral com aproximadamente 90 trabalhos estão expostos para visitação pública e tem chamado a atenção dos frequentadores do espaço. Para a acadêmica de Ciências Sociais Camila Abreu, o resultado da exposição foi uma surpresa. No início ela não sabia que o material foi produzido por pessoas com deficiência visual. "É muito interessante porque dá oportunidade de se expressarem de algum modo e as fotos ficaram muito boas"
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