Durante muito tempo o Brasil foi considerado, dentre tantas outras coisas inúteis, o país do futebol. O maior ganhador de títulos em Copas do Mundo. O celeiro de craques. Um lugar onde se revelam vários jogadores a cada campeonato realizado. Foi. Tudo iss
Foto: Divulgação
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Durante muito tempo o Brasil foi considerado, dentre tantas outras coisas inúteis, o país do futebol. O maior ganhador de títulos em Copas do Mundo. O celeiro de craques. Um lugar onde se revelam vários jogadores a cada campeonato realizado. Foi. Tudo isso é coisa do passado. O Brasil possui apenas cinco títulos mundiais conquistados enquanto a Europa, unificada, possui o dobro. Hoje, as melhores seleções do mundo estão na Europa: Espanha, a atual campeã mundial, Holanda, Itália, Alemanha, França e Inglaterra, para não citar outras, são equipes que desbancam, na organização e no excelente futebol jogado em campo, qualquer seleçãozinha daqui.
A Europa é o centro do mundo e conseqüentemente o centro do futebol mundial. Não há hoje um único jogador brasileiro cujo sonho não seja jogar nos gramados europeus. Os melhores futebolistas do país estão, há muito tempo, deslumbrando o torcedor da Europa. Kaká, Robinho, Ronaldinho Gaúcho, Lúcio, Júlio César e centenas de outros bons jogadores nascidos aqui estão espalhados pelo velho continente fazendo a alegria e lotando os estádios nos ricos campeonatos locais. Só demonstram vontade de voltar ao Brasil depois dos 30 anos, já cansados, estourados e em fim de carreira. Roberto Carlos e Ronaldo do Corinthians, Fred e Belletti do Fluminense são exemplos. Agora, com mais de 30 anos e já cansado, Ronaldinho Gaúcho é do Flamengo.
A perda de prestígio do nosso futebol começou já há algum tempo e vem se materializando a cada ano que passa. Em 2006 contra a França, a falta de empenho e garra da nossa seleção envergonhou o país inteiro. Ano passado, contra a Holanda, vice-campeã mundial e uma das atuais potências do futebol europeu, o "time canarinho" foi uma decepção total. O ano terminou com a derrota vergonhosa do Internacional de Porto Alegre para um desconhecido Mazembe da República Democrática do Congo pelo Mundial Interclubes em Abu Dabi, torneio ganho pela Internazionale de Milão, Itália, que não tomou conhecimento de nenhuma das equipes e somente venceu todas.
Dentro do próprio país o futebol é uma vergonha. O melhor jogador do último campeonato brasileiro foi Conca, um argentino. O time que mais ganhou a Libertadores também é argentino. Para melhor técnico de futebol do mundo nenhum indicado trabalha aqui. O melhor atleta do ano sempre é escolhido dentre os jogadores que atuam na Europa. Pelé, mesmo tendo um futebol considerado muito inferior ao de Maradona, fez o seu milésimo gol bem antes dos 30 anos. Romário, um dos únicos que tentaram o feito, até que alcançou esta marca, mas já estava velho, careca e cansado e abandonou os gramados logo em seguida. A seleção de 1970 com Pelé, Gérson, Tostão, Jairzinho e Rivelino foi considerada, sem provas, o melhor time de futebol de todos os tempos.
A próxima Copa do Mundo será realizada no Brasil e tem tudo para ser um grande fiasco. A organização está, como era de se esperar, desorganizada e a maioria das sedes escolhidas não tem Estádio, rede hoteleira, transportes, segurança nem logística para realizar o evento que poderá ser transferido pela Fifa para o plano B, ou seja, a Inglaterra. O
Estádio do Maracanã, que tinha capacidade para até 200 mil espectadores, foi praticamente desmontado e abrigará, depois de pronto, apenas 76 mil torcedores. Parece até que os dirigentes do fracassado futebol brasileiro copiaram de Rondônia os maus exemplos: estádio quadrado, partidas de futebol encerradas com spray de pimenta e cassetetes da polícia, times inexpressivos, jogadores morrendo de fome e abandonados à própria sorte e torcedores, muitos torcedores mesmo, sentados num bar da esquina torcendo em frente a uma televisão por um time de fora daqui.
*É professor em Porto Velho.
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