Oscar completa oitenta anos com boa cerimônia, mas transmissão da Globo... humm! – Por Humberto Oliveira

Oscar completa oitenta anos com boa cerimônia, mas transmissão da Globo... humm! – Por Humberto Oliveira

Oscar completa oitenta anos com boa cerimônia, mas transmissão da Globo... humm! – Por Humberto Oliveira

Foto: Divulgação

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A cerimônia da 80ª do Oscar realizada na noite de domingo (24) transcorreu sem muitas surpresas no palco do Teatro Kodak em Los Angeles. Este ano a festa teve segunda vez como apresentador o comediante Jon Stuart. A primeira apresentação foi na cerimônia de 2006. A tradução simultânea foi de Anna Vianna, que substituiu Elizabeth Hart, morta ano passado. No estúdio da Rede Globo, a apresentação ficou a cargo de Maria Beltrão enquanto o ator José Wilker, fazendo pose ao comentar sobre os indicados e ganhadores, tecia comentários em sua maioria inócuos e irrelevantes. Neste ponto Wilker difere, e muito do crítico Rubens Ewald Filho, um profundo conhecedor de cinema e sua história, e que deve ter deliciado os espectadores que assistiram a cerimônia transmitida pelo canal TNT. Para nós pobres mortais, o jeito foi mesmo acompanhar o Oscar pela Rede Globo que começou atrasada como tem acontecido nos últimos anos por causa do BBB. Quando finalmente o programa das nulidades terminou, vários prêmios haviam sido anunciados como Figurino para Elizabeth – A Era do ouro (Alexandra Byrne), melhor animação para Ratatouille, de Brad Bird e Chris Buck, maquiagem para Piaf, um hino ao amor (Didier Lavergne e Jan Archibald), efeitos visuais para a fantasia Bússola de ouro (Michael Fink, Bill Westenhofer, Ben Morris e Travor Wood) derrotando produções como Transformers e Piratas do Caribe – No fim do mundo. Outras premiações que perdemos por causa do atraso foi Direção de arte para o musical dirigido por Tim Burton – Sweeney Todd, o barbeiro demoníaco da Rua Fleet, merecido Oscar para Dante Ferreti (Gangues de Nova York) e Francesca Lo Schiavo. Como era esperado por nove entre dez cinéfilos de plantão o Oscar de ator coadjuvante acabou nas mãos de Javier Bardem pela sua interpretação de um psicopata no filme dos irmãos Ethan e Joel Coen – Onde os fracos não têm vez. Um Oscar indiscutível. Esperamos que Javier (indicação anterior em 2001 por Antes do amanhecer) não tenha a mesma sorte que outros premiados como Joe Pesci, Cuba Junior, Jack Palance ou Benício Del Toro, entre outros cujas carreiras não andaram muito depois da premiação. Durante a cerimônia foram exibidas cenas em homenagens aos premiados nestes oitenta anos de Oscar nas categorias de filme, diretor, ator, atriz e também coadjuvantes pontuados por depoimentos de entre outros de Steven Spielberg (premiados duas vezes pelos filmes A Lista de Schindler e O resgate do soldado Ryan), Sidney Poitier (que trabalhou em Ao mestre com carinho, No calor da noite e foi o primeiro ator negro a receber um prêmio na categoria principal pelo filme Uma Voz nas Sombras - 1963). Jack Nicholson (vencedor de três Oscar – Um estranho no ninho; Laços de ternura e Melhor é impossível) apresentou um vídeoclipe especial com todas as premiações de Oscar de melhor filme desde a primeira cerimônia 1928 com Asas até Os Infiltrados, de Martin Scorsese (2007). A ganhadora como atriz coadjuvante do ano passado, Jennifer Hudson (Dreamgirls) entregou a premiação para Tilda Swinton (lembram do anjo do filme Constantine?) que ganhou por Conduta de risco. Os Irmãos Ethan e Joel Coen levaram o Oscar de roteiro adaptado por Onde os fracos não têm vez adaptação do livro do escritor americano Cormac MacCarthy, No Country for Old Men. Os Coen ganharam anteriormente pelo roteiro de Fargo. A noite ainda estava começando e prometia ser de inesquecíveis emoções para a dupla de diretores cujo filme recebeu nada menos que oito indicações, incluindo melhor direção e melhor filme. Como sempre as piadas do apresentador fazem gargalhar apenas o público norte-americano e José Wilker (que acha o comediante genial), isso sem falar na apresentação das concorrentes da categoria melhor canção. Apesar das três indicadas do filme Encantada, a vencedora foi Falling Slowlly (Glen Hansard e Marketa Irglova) do filme Once. Os números musicais cada vez mais maçantes e cansativos deixam à cerimônia ainda mais longa. Mas isso faz parte do charme da festa. Apenas para registrar – O filme Encantada esteve em cartaz no Cine Veneza há poucos dias e parece que fez sucesso. Apesar de José Wilker classificar O ultimato Bourne apenas como um filme “barulhento”, a produção dirigida por Paul Greengrass acabou ganhando nas três categorias em que foi indicado, ou seja, edição de som; mixagem de som e montagem. Mesmo que Wilker tenha torcido o nariz para este filme, podemos dizer que a produção estrelada por Matt Damon foi uma das grandes vencedoras da noite. Assim como na cerimônia de 2007 que todos apostavam que era certo que Ellen Mirren levaria Oscar de melhor atriz por sua atuação em A Rainha também não foi surpresa quando na cerimônia desta noite o prêmio foi para Marion Cotillard que protagonizou o aclamado Piaf, um hino ao amor, onde a atriz interpreta a cantora francesa em todas as fases de sua vida. O diretor de arte Robert Boyle aos 98 anos dos quais setenta dedicados ao cinema, depois de quatro indicações sem ganhar em nenhuma, recebe o reconhecimento da Academia que lhe dá um Oscar honorário pelo conjunto da obra que inclui filmes do mestre do suspense Alfred Hitchcock entre outros. Recebido com aplausos, o veterano disse “esta é a parte boa de envelhecer (se referindo aos aplausos) não recomendo o resto”. Penélope Cruz que, ano passado recebeu indicação por Volver, de Pedro Almodóvar, apresentou o Oscar de filme estrangeiro. Para não fugir do óbvio, o Oscar ficou para produção austríaca The Counterfeiters, de Stefan Ruzowtzky cujo tema do filme, baseado em fatos reais versa sobre falsificação de dinheiro por nazistas. Filmes que trazem como tema o Holocausto judeu no período da Segunda Guerra sempre ganham prêmios da Academia. Que o diga Steven Spielberg que ganhou seu primeiro Oscar de diretor pela obra prima A Lista de Schindler. O filme Sangue Negro que estava bastante cotado pelas oito indicações que recebeu terminou a noite levando apenas duas estatuetas – Melhor fotografia e melhor ator para Daniel Day-Lewis (premiado anteriormente por Meu pé esquerdo). A premiação de Day-Lewis, Oscar mais que merecido, era esperada pela sua brilhante atuação como o ganancioso Daniel Plainview sob a direção de Paul Thomas Anderson. A atriz Cameron Diaz, quando anunciou os indicados para melhor fotografia lembrou que há a setenta e nove anos o filme mudo Aurora, de Murnau (Nosferatu) recebia o primeiro Oscar nesta categoria. Como tem sido praxe nos últimos trinta anos da cerimônia do Oscar, a Academia reserva um momento para homenagear personalidades do cinema que faleceram. In memorian lembrou nomes como Betty Hutton; Delbert Mann, Bernard Gordon; Debora Kerr; Ingmar Bergman; Michelangelo Antonioni; Robert Clark; Heath Ledger entre outros. Ao final a apresentadora Maria Beltrão homenageou Elizabeth Hart que durante vinte anos fez a tradução das cerimônias do Oscar – inclusive quando festa passou uma temporada sendo exibida pelo SBT. E por falar em Maria Beltrão, a moça deu alguns escorregões durante a sua apresentação. Por exemplo, disse que o ator Heath Ledger morreu ano passado e que ator Sidney Poitier ganhou o Oscar de melhor ator pelo filme Ao mestre com carinho. Na verdade o ator ganhou por Uma voz nas sombras (1963) e um Oscar honorário em 1992. Outra produção que recebeu oito indicações, Desejo e reparação, saiu da cerimônia apenas com o Oscar de trilha sonora para Dario Marianelli. Parece que o filme dirigido por Joe Wrigth ficou literalmente a ver navios. Melhor sorte na próxima vez. Outro filme bem cotado, a produção independente Juno foi premiada com o Oscar de melhor roteiro original. A premiação consagra a roteirista de nome exótico, Diablo Cody, que segundo Maria Beltrão, trabalhou como striper. Até parece que isso faz diferença. Pelo menos em Hollywood, não, pois a Academia gosta de premiar pessoas que começam por baixo e conseguem vencer. Basta lembrar a roteirista Callie Khouri que antes de ganhar o Oscar pelo roteiro de Thelma e Louise em 1991, trabalhou durante anos como garçonete. Os vencedores nas categorias documentário e documentário de curta-metragem respectivamente, Táxi para a escuridão (Taxi to the dark side), de Alex Gibney e Eva Orner sobre torturas feitas por soldados norte americanos no Iraque, e Freeheld, de Cythia Wade e Vanessa Roth, sobre um tema polêmico mostrando a luta de uma militar lésbica que está morrendo de AIDS e quer deixar pensão para sua companheira. Para encerrar a cerimônia, Martin Scorsese que venceu o Oscar de melhor diretor ano passado por Os Infiltrados anunciou o melhor diretor de 2008. Não foi surpresa para ninguém quando os irmãos Coen foram chamados como vencedores por Onde os fracos não têm vez, sendo esta a primeira vez nos oitenta anos do Oscar que uma dupla de diretores é premiada. Denzel Washington, ignorado pela Academia por sua atuação em O Gângster, de Ridley Scott (também esquecido) anunciou o melhor filme. Quando parecia que Sangue Negro iria arrebatar a estatueta de melhor filme, o western moderno e violento dos irmãos Coen levou a melhor no duelo totalizando quatro Oscars. Bem amigos por enquanto encerramos a maratona iniciada com a retrospectiva do Oscar (1999 a 2007) completada agora com este artigo sobre a cerimônia do Oscar 2008. Agora é esperar que pelo menos vinte por cento dos filmes indicados ou premiados seja exibido nas telas dos cinemas de Porto Velho. Humberto Oliveira - é jornalista e cinéfilo *- VEJA TAMBÉM: ESPECIAL - Retrospectiva do Oscar (1999 a 2007) - Por Humberto Oliveira
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