EXPOSIÇÃO – “Mandioca: saberes e sabores da terra” está aberta à visitação pública na Casa de Cultura

A exposição “Mandioca: saberes e sabores da terra”, realizado pelo Centro Nacional de Folclores e Cultura Popular, juntamente com o IPHAN e o Ministério da Cultura, está aberta à visitação pública na Casa de Cultura Ivan Marrocos, em Porto Velho. >>>

Da Redação

11 de Janeiro de 2008 às 10:18

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EXPOSIÇÃO – “Mandioca: saberes e sabores da terra” está aberta à visitação pública na Casa de Cultura

Foto: Divulgação

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*O IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional através da 16ª Superintendência Regional RO/AC, em parceria com o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, SECEL e Fundação Iaripuna promove em Porto Velho a exposição "Mandioca: saberes e sabores da terra", realizada originalmente no Museu de Folclore Edison Carneiro do Rio de Janeiro. *Essa exposição é um dos resultados da pesquisa sobre sistemas culinários para a elaboração do inventário da farinha de mandioca, do projeto Celebrações e Saberes da Cultura Popular, desenvolvido pelo CNFCP. *Ela pretende evidenciar aspectos associados à importância da mandioca no sistema culinário brasileiro, destacando os saberes tradicionais que transformam, em diferentes regiões do país, esse tubérculo em farinha e demais derivados. *Será uma pequena mostra das casas-de-farinha e dos modos artesanais de transformação da mandioca, os quais mesclam diferentes tradições formadoras da cultura brasileira. *Segundo o Superintendente Regional do IPHAN , Beto Bertagna, " trazer a exposição para Porto Velho foi uma conquista para a nossa população, que merece ter acesso aos bens culturais brasileiros”. *A exposição iniciou no Rio, passou por Brasília e Belém, e agora vem a Porto Velho, que tem uma grande identidade com o tema. A seguir , levaremos a exposição para Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no Acre, considerada a "terra da farinha". " A mandioca e seus derivados, em particular a farinha, ocupam, desde a colonização, posição privilegiada na alimentação cotidiana de diferentes grupos, em todo o país” - ressalta Bertagna. *" Seu cultivo e transformação em alimento compreende um conjunto de práticas, relações sociais, cosmologias e representações simbólicas significativas do modo de vida das comunidades produtoras. O complexo universo que recobre todo processo - da produção ao consumo final - confere-lhe significativa importância histórica, econômica e social." *A exposição tem a parceria da SECEL (Secretaria Estadual de Esporte, Cultura e Lazer) e da Fundação Iaripuna. *A exposição foi aberta na última quinta-feira (11), e pode ser conferido pela comunidade, em visitação pública, até o dia 17 de fevereiro, de segunda a sexta-feira, no horário das 07h30 às 21h00 e aos sábados, domingos e feriados, das 09h00 às 21h00. *A EXPOSIÇÃO *A exposição “Mandioca: saberes e sabores da terra” é um dos resultados da pesquisa sobre sistemas culinários para a elaboração do inventário da farinha de mandioca, do projeto Celebrações e Saberes da Cultura Popular, desenvolvido pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular. A mandioca e seus derivados, particularmente a farinha, ocupam, desde a colonização, posição privilegiada na alimentação cotidiana de diferentes grupos em todo o território nacional. O inventário teve como pontos de partidas as feiras e os mercados, os usos culinários e as casas-de-farinha de pequenos produtores do nordeste paraense, região que concentra a maior produção e consumo daquele estado. Tendo em vista a importância da produção de mandioca, a enorme diversidade de farinhas e seus usos singulares em cada região do país, foram realizadas visitas a outros estados representativos: Bahia, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. *A pesquisa resultou em documentos textuais, visuais e sonoros, bem como evidenciou que a farinha permanece como item básico da alimentação cotidiana de diferentes grupos sociais, notadamente no Pará, onde os usos culinários dos derivados da mandioca são marcas de identidade cultural. No dia-a-dia, nas festas, nas barracas montadas nas ruas, nas feiras, nos mercados, no receituário das grandes celebrações religiosas, nas maneiras de preparar, de escolher os utensílios para servir, na seleção do cardápio para esta ou aquela ocasião, diferentes grupos atribuem múltiplos sentidos à comida. A diversidade de farinhas, por sua vez, não pode ser dissociada da seleção das variedades de mandiocas cultivadas por pequenos produtores rurais e da permanência de modos de produção artesanal nas casas-de-farinha, cujo significado não se restringe às peculiaridades da edificação. Esses lugares de convívio e intensa sociabilidade são núcleos de transmissão de saberes que incorporaram e mantiveram as técnicas herdadas de diferentes tradições étnicas, constituindo referências na vida da coletividade. No Pará, as casas de farinha ou retiros mantêm a influência das tradições indígenas. Denominadas engenhos de farinha, ranchos de engenhos ou simplesmente ranchos, as casas-de-farinha do Paraná e de Santa Catarina mostram a influência das técnicas dos lagares e moinhos de tradição açoriana. *Esta exposição é uma pequena mostra da diversidade das casas-de-farinha e dos modos artesanais de transformação da mandioca, os quais mesclam diferentes tradições formadoras da cultura brasileira. (Cláudia Márcia Ferreira – Diretora do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular)

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