Filha de ex-espião russo envenenada deixa hospital no Reino Unido

Yulia Skripal deixou a unidade de saúde, mas ainda necessita de atenção, por conta do impacto do agente nervoso, embora não tenha fornecido informações sobre seu paradeiro

Filha de ex-espião russo envenenada deixa hospital no Reino Unido

Foto: Facebook via Reuters

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A filha do ex-espião russo, Yulia, envenenada com seu pai no dia 4 de março, em Salisbury, no Reino Unido, deixou o hospital ontem (09) e foi levada para um local seguro.

 

De acordo com a confirmação feita nesta terça-feira, pela diretora médica do hospital Salisbury District, Christine Blanshard, Yulia Skripal deixou a unidade de saúde, mas ainda necessita de atenção, por conta do impacto do agente nervoso, embora não tenha fornecido informações sobre seu paradeiro.

 

"Este não é o fim de seu tratamento, mas representa um marco significativo", disse Christine, na porta do hospital.

 

Pai e filha foram atacados no início de março com um agente nervoso do tipo militar identificado como Novichok, de fabricação russa, o que levou o governo britânico a fazer represálias contra Moscou.

 

Após conhecer o estado de Yulia Skripal, a embaixada russa em Londres expressou sua satisfação pela sua recuperação, mas pediu "provas urgentes" para saber que o tratamento ao qual foi submetida foi realizado com o seu consentimento.

 

Sobre o estado de saúde do antigo espião, a diretora do hospital disse que sua recuperação é mais lenta, mas que confia em "que ele também possa deixar o leito no devido tempo".

 

O policial Nick Bailey, que atendeu pai e filha quando foram encontrados inconscientes, também foi hospitalizado com sintomas de envenenamento, mas recebeu alta no dia 22 de março.

 

"Os três tinham sido expostos a um agente nervoso, um produto químico altamente tóxico, cujo objetivo é impedir o funcionamento do sistema nervoso", afirmou Christine Blanshard, explicando que os sintomas do envenenamento são náuseas e alucinações.

 

"Nosso trabalho no tratamento dos pacientes foi estabilizá-los, assegurar que eles pudessem respirar e que o sangue pudesse seguir circulando. Necessitamos utilizar uma variedade de diferentes drogas para ajudar os pacientes até que eles pudessem criar mais enzimas que pudessem substituir o veneno", completou.

 

Teste para os funcionários do hospital

 

Christine Blanshard admitiu que as últimas semanas "foram um grande teste para todos os nossos funcionários".

 

Na sua nota divulgada na semana passada, Yulia Skripal, de 33 anos, agradeceu as pessoas por se interessarem sobre seu estado de saúde e fez uma "menção especial" ao "povo de Salisbury" que os ajudou quando eles estavam "incapacitados".

 

A filha do ex-agente russo disse que seu estado de saúde tinha melhorado e que ganhava força a cada dia.

 

Além disso, o hospital informou no último dia 6 que Sergei Skripal já não está mais em estado crítico e melhoria "rapidamente".

 

Após o ataque em Salisbury, o governo britânico afirmou que a Rússia era responsável pelo envenenamento após identificar a substância utilizada como um agente nervoso.

 

O governo da primeira-ministra britânica Theresa May decidiu expulsar no mês passado 23 diplomatas russos, enquanto Moscou fez o mesmo como resposta.

 

Pouco depois, 14 países da União Europeia (UE), assim como Estados Unidos, Canadá e Ucrânia, também decidiram expulsar diplomatas russos em solidariedade ao Reino Unido.

 

A Rússia negou o tempo todo a autoria do ataque, mas o governo de Londres insiste em que suas conclusões estão baseadas nas análises feitas pelo laboratório militar de Porton Down, no condado de Wiltshire, perto de Salisbury, e em informações de outras fontes.

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