Os colégios precisariam ser reestruturados, aí os alunos amariam estudar. Atualmente, eles abominam isso”, conta a jovem
Foto: Divulgação
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Hillary Andales, estudante filipina de 18 anos, venceu candidatos de 178 países e ganhou um prêmio de ciência chamado “Breakthrough Junior Challenge”, criado por Mark Zuckerberg e sua esposa. Ela conseguiu explicar a Teoria da Relatividade, de Albert Einstein, de uma forma simples, em um vídeo divertido de 3 minutos.
Em entrevista ao G1, a jovem conta que não chegou a esse patamar por se dedicar somente ao colégio. Ela diz que, desde criança, aprende muito mais fora da escola do que nas aulas.
“Eu melhoro meus conhecimentos por meio de discussões em família (somos todos nerds), documentários, pesquisas na Internet, vídeos no Youtube e livros”, afirma. “Sinto que tenho mais liberdade do que na escola. Me parece um aprendizado mais genuíno do que o da sala de aula, porque posso satisfazer minha curiosidade ao buscar as respostas para as minhas dúvidas”, completa.
Para Hillary, a educação deveria ser repensada no mundo. “As escolas precisariam dar aos jovens a liberdade de usar as múltiplas ferramentas online que existem atualmente. Os colégios precisariam ser reestruturados, aí os alunos amariam estudar. Atualmente, eles abominam isso”, conta.
A menina relata que estuda em casa – e em 99% das vezes, usando a Internet. Ela enfatiza, no entanto, a importância de reconhecer quais são as fontes confiáveis de informação.
“Ainda mais se você tem algum objetivo acadêmico, como eu, é necessário ver quem é o autor do artigo, se há citações ou referências. Sites ligados a universidades, como ‘.edu’ na URL, são seguros”, afirma. “Também presto atenção em erros de gramática e em layouts ruins, que já levantam alguma desconfiança”, diz.
Amor pela ciência
Hillary conta que sua paixão pela ciência veio de sua família “nerd”. “Sempre gostei de ler sobre natureza e universo. Por causa do meu interesse no assunto, passei a achar tudo no mundo muito fascinante. Como entendo o que é a fotossíntese, olho para as plantas e não vejo só organismos verdes. Elas são máquinas mágicas que convertem dióxido de carbono em glicose e oxigênio, usando o poder do sol”, afirma.
Machismo
A jovem percebe o preconceito contra mulheres na ciência. “Sinto medo de começar a atuar profissionalmente na área, mesmo sabendo que meninas e meninos têm a mesma capacidade. Mas acho que saber dessa barreira me dá forças para superá-la. Já houve avanços na igualdade de gênero, mas precisamos caminhar muito ainda”, diz Hillary.
Prêmio de R$ 800 mil
O prêmio de Hillary é dividido em três partes: uma bolsa de estudos de US$ 250 mil (R$ 800 mil) para cursos após o ensino médio, US$ 50 mil (R$ 160 mil) para um professor que tenha sido inspirador e US$ 100 mil (R$ 330 mil) para o laboratório da escola onde estuda.
Na parte que lhe cabe, Hillary usará o dinheiro para estudar física na universidade. “Quero poder escrever mais sobre ciência, para que mais pessoas se interessem pelo assunto como eu”, diz.
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