Autoridades desvendaram esquema criminoso envolvendo a marca de água Do Campo Branco, vendida em larga escala ao consumidor
Foto: Divulgação
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Água mineral com bactéria e coliformes fecais, vendida em larga escala ao consumidor. A combinação desses fatores levou o Ministério Público a deflagrar, nesta quinta-feira, uma operação contra a empresa que industrializa a água da marca Do Campo Branco, no Rio Grande do Sul.
Batizada de Gota D'Água, a ofensiva do MP foi realizada nos municípios deProgresso, Lajeado e Porto Alegre. A operação cumpriu um mandado de busca e apreensão na sede da Mineração Campo Branco Ltda, em Progresso, e prendeu três pessoas preventivamente: os sócios da empresa, Ademar Paulo Ferri e Paulo Moacir Vivian, e o químico industrial Marcelo Colling.
As investigações desvendaram um esquema criminoso que consistia na venda da água mineral Do Campo Branco em condições impróprias para consumo humano. Além da presença da bactéria Pseudomonas aeruginosa e de coliformes fecais, o produto também continha limo, sujeira e mofo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que a água mineral deve ser totalmente livre de coliformes e Pseudomonas, devido à vulnerabilidade de crianças e idosos. A bactéria é causadora de infecções respiratórias, urinárias e da corrente sanguínea em pessoas com a saúde debilitada. Já a ingestão de coliformes fecais provoca graves distúrbios gastrointestinais.
Laudos realizados pela própria empresa e outros solicitadoa pelo MP apontaram problema nos lotes 410 e 421, de 2015, e 028 e 272, esses últimos de água mineral com gás de 1,5 litro, com validade até setembro de 2016.
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De acordo com os promotores Mauro Rockenbach e Alcindo Bastos, os dois sócios e o químico da empresa Do Campo Branco sabiam das péssimas condições da água e mesmo assim repassavam ao comércio. Eles devem responder por associação criminosa e adulteração de bebidas. A empresa também trabalhava com as licenças sanitária e de operação vencidas.
O esquema, segundo o MP, contava com a ajuda do chefe da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), com sede em Lajeado. Em janeiro deste ano, uma inspeção detectou a contaminação na água e foi pedida a interdição da indústria, por reincidência, e multa. Porém, o coordenador da 16ª CRS, Vitor Hugo Gerhardt, transformou a medida em advertência. Os promotores pediram asuspensão do exercício da função pública do coordenador.
A água mineral Do Campo Branco é vendida em grandes redes de supermercado, em eventos de esporte e música e também é oferecida em viagens por empresas aéreas. O produto também era comercializado pelas marcas Roda D'Água e Carrefour.
A Secretaria Estadual de Saúde afirma que uma equipe da Vigilância Sanitária está acompanhando a operação no Vale do Taquari, mas diz que não foi oficializada pelo MP sobre quais os lotes devem ser retirados, para então iniciar a retirada de produtos que ainda possam estar em supermercados. A SES ainda não tem um posicionamento sobre o afastamento do coordenador da 16ª CRS.
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